Produtores do MS vêem concorrentes da JBS saírem também das compras e correm para fechar lotes

Publicado em 18/10/2017 11:16
A Acrissul diz que não deixará o mercado se aproveitar de uma "questão política" e chantagear os pecuaristas, embora não acredite, ao contrário de outros, que vá sobrar muito boi sem a JBS comprando, mesmo que demore mais tempo para o desdobramento da crise envolvendo tanto a Justiça quanto o governo do Estado e deputados

Blefe ou chantagem do JBS ao anunciar a saída das compras do Mato Grosso Sul após a Justiça bloquear R$ 730 milhões da empresa por dívidas ao estado, não importou para o pecuarista Pedro Junqueira, assim como para outros. Ele negociava com relutância na tarde de ontem com um corretor a venda de um lote, mas ao saber da decisão do maior grupo frigorífico nacional ato contínuo ligou para o interlocutor e fechou a venda de 40 bois e 40 vacas.

“Fechei o lote com o Frigman de Amambai porque mesmo que a decisão da Justiça for revertida, não tenho bola de cristal para saber quanto tempo vai levar”, disse o produtor. Embora estivesse na dúvida quanto à negociação por conta do valor oferecido pela arroba, Junqueira argumentou que iria acabar precisando dos recursos mais dia menos dia e não poderia arriscar esperando quanto tempo a unidade da JBS de Naviraí, a mais próxima de sua propriedade no Sul, voltaria ao mercado como as outras seis paralisadas no estado. E quando voltasse, ofertando um preço menor. Além do que boi pronto não pode esperar. A @ saiu a R$ 136,00 e a da vaca a R$ 126,00, à vista.

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Como Pedro Junqueira, que “deu sorte”, a segunda acabou com muitos produtores correndo atrás de compradores, porque a maioria dos frigoríficos saiu do mercado. Marcos Garcia, presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, viu também as unidades menores parando as compras, apesar das escalas já curtas.

Ainda que falte boi de pasto, com a seca dos últimos meses – e só choveu duas vezes na região dele nos últimos dois meses – Garcia acredita que o boi de confinamento e, principalmente, o do semi tem que ser tirado do cocho. “Daí que os frigoríficos menores também saíram do mercado para pressionar mais o preço”.

JBS 40% do mercado

Marcos Garcia acredita que vão voltar escalando dois/três dias, depois saem novamente e voltam para mais 2/3 dias,”tirando até R$ 10,00 da @”.

Com 40% de participação nos abates do Mato Grosso do Sul, o mercado local está temendo se repetir a situação vivida no auge da crise da JBS, logo após a delação do Joesley Batista, quando o alto estoque de boi acelerou o governo estadual a reduzir o ICMS de 12% para 5%, ajudando a escoar a produção para outros estados.

“Se com a JBS estava faltando boi para abate, sem a JBS agora vai sobrar”, afirma o presidente do Sindicato de Três Lagoas, mostrando que esse é mais um fator de pressão.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Jonatan Pereira Barbosa, acredita, no entanto, que não tem muito animal sobrando mesmo com os que devem sair dos currais. “Mesmo assim, não vamos permitir nenhuma chantagem”, falou ao Notícias Agrícolas ainda do aeroporto, chegando dos Estados Unidos. A entidade já pediu audiência com o governador do estado e com a Assembleia Legislativa, de onde partiu a petição, aceita pela Justiça, para bloqueio dos recursos da JBS nos bancos do Mato Grosso do Sul.

A saída imediata vista por Barbosa, enquanto se desenrola as ações políticas do governo estadual e dos deputados, além dos recursos que a JBS deve impetrar, é analisar a demanda pelo boi gordo local em unidades do Paraná e São Paulo.

Mas a pressão para que a situação seja revertida, liberando os recursos presos e fazendo com que as sete unidades da JBS voltem às compras, também vem dos funcionários, 15 mil no estado, que desde ontem estão mobilizados temendo pela perda do emprego.

E Marcos Garcia, lá de Três Lagoas, teme também que muitos produtores optem por apoiar a JBS se o caso se arrastar, na incerteza de que a demanda fique mais encurtada e com uma arroba lá no chão, voltando aos patamares que estava antes da recuperada dos últimos dois meses.

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Tags:
Por:
Giovanni Lorenzon
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Voces conhecem terrorismo comercial?... vivi isto no mercado de suinos em SC há uns 30 anos... e os produtores continuam sendo os trouxas do mercado...e por quê... ora, o mercado do boi está ajustado e ainda para menos... não tem boi sobrando... o consumo de carne interno e externo não vai cair... logo alguem vai abater para atender o mercado... mas sao BURROS... correm atras de vender... ora, se fosse comprador voces fariam o que!!!!!!! a mesma coisa... a seca terminou... por acaso é sangria desatada a VENDA???!!!! claro que o mercado cai com esta noticia..., mas os pastos estão voltando.. a oferta está ajustada e para menos.. vamos ver chegar a epoca de maior consumo... deixem de agir como pessimos vendedores... alguem vai atender o mercado... o JBS está rindo dos idiotas.. pois roubaram o estado.. o estado pressiona para receber e o frigorifico joga os produtores e funcionarios contra o estado... e estão rindo dos trouxas... pois ja fizeram o MPF de burro... executivo... legislativo e o judiciario... são os mestres da truculencia..

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    • leandro frizzo São Miguel das Missões - RS

      Pois se vc entende de suíno de gado já vi Q não sabe nada. Boi gordo tem Q sair quando tá pronto ... se ficar dá prejuízo. Quem faz cria, recria e engorda precisa de espaço para acomodar a produção. Se tiver Q segurar o boi gordo vai fazer receita do que? Como fará para manter sua estrutura? O senhor como não é BURRO com certeza tem todas as respostas e agradecemos, se, com sua vasta experiência, nos apresente as soluções...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Eu nunca engordei gado, por isso se falar besteira tem que relevar... Conheço tres sistema: O primeiro e' o de engorda a pasto, que e' aquele que o DALZIR mencionou por se tratar de assunto relativo a Mato Grosso do Sul, onde deve predominar; O segundo e' a terminaçao no cocho, so' no periodo invernal... O terceiro, que me parece ser o seu, e' a engorda continua no cocho.... O senhor, que e' do Rio Grande do Sul, tambem sera' afetado pela suspensao das compras em Mato Grosso do Sul.. Me parece BURRICE que os demais frigorificos - fora o JBS - nao aproveitem o mal-estar da JBS... Nós, que nao somos criadores, estamos descrentes.. tanto que não acreditamos que, às portas das festas natalinas, haja simplesmente uma parada de produçao de carne bovina.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Lenadro Frizzo...realmente não sei de nada... COM DATA MARCADA PARA A VENDA..O SEU COMPRADOR VAI PAGAR O QUE QUER..COMO QUER E QUANDO QUER...OU SEJA O sR SABE PRODUZIR MAS NÃO VENDER..E SUA ESTRUTURA ESTA PREPARADA PARA PRODUZIR...LOGO FOI MAL PLANEJADA...POIS EM QUALQUER NEGOCIO PRECISAMOS SABER VENDER E ESTARMOS PREPARADOS PARA SOBRESSALTOS COMERCIAIS...SE ESTA COM A CORDA NO O PESCOÇO É PORQUE SUA ADMINISTRAÇÃO E SEU PLANEJAMENTO NÃO EXISTE..ORGANIZE-SE PARA PRODUZIR..SE ORGANZE PARA VENDER BEM E NÃO ENTREGAR QUANDO ESTA PRONTO..

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    • leandro frizzo São Miguel das Missões - RS

      Diante de tanta besteira, e já que meu tempo é precioso, o melhor é não responder. Não suporto arrogância!!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      caro Leandro, a verdade, quando acabam os argumentos, fala mais alto...

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