Bahia planeja avançar nas exportações de bovinos

Publicado em 14/04/2010 11:45

A pecuária da Bahia avança no ranking nacional de olho nos mercados europeu, asiático e norte-americano. Cássio Peixoto, diretor-geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) estima para dois anos o início da comercialização da carne baiana no mercado internacional. Para este ano, esta prevista a construção de mais dez frigoríficos no estado. O investimento deve somar R$ 14 milhões. Ao todo, a Bahia possui 29 frigoríficos em operação. "O ideal seria que tivesse 45, mas com investimentos privados que devem ocorrer, ao longo de três anos projetamos 50 frigoríficos", afirma.

Para a pecuária baiana avançar no mercado interno e externo, o setor já conta com o ingresso do estado no Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi) e com a extinção, até novembro deste ano, da Zona Tampão, localizada ao norte e oeste do estado, que divide a Bahia em duas partes: uma que desfruta de atividade completa e outra que está impedida de comercializar sua produção. "A área foi dividida em 2000 devido ao risco de febre aftosa", diz Peixoto.

No ranking da pecuária brasileira, hoje liderado por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a Bahia ocupa a sétima posição.

O diretor disse ainda que a pecuária de risco que compreende a Zona só deve perder delimitação depois que mais de 80% do rebanho de Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia e Mansidão, Remanso, Buritirama, Casa Nova, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes, além do Piauí, estiverem vacinados contra aftosa. O prazo para o fim da barreira epidemiológica foi definido após um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e governos da Bahia e do Piauí.

De acordo com o diretor, os prejuízos causados pela Zona Tampão não abrangem apenas o rebanho baiano, os preços das terras e da arroba do boi dentro das quase nove mil propriedades, com 10 mil criadores de gado também sofreram queda. "As terras foram desvalorizadas em 40%. A diferença no valor da arroba ficou entre 20 e 25%."

Peixoto calcula que com o fim da Zona, 250 mil animais dos oito municípios que compõem o território, mais 1,6 milhão de bois do Piauí devem incorporar o rebanho baiano. A Bahia contabiliza 10,5 milhões de cabeças de gado.

José Vicente Ferraz, diretor técnico da Agra FNP, considera o fim da Zona uma melhoria no status do estado. "Habilita para exportar, mas o tamanho do efeito é discutível, já que o nordeste é carente de oferta de carne, o que reduz o impacto positivo", pondera.

Para José Clementino de Carvalho Filho, prefeito de Remanso, com a extinção da divisa a economia será aquecida. "Poderemos negociar nossos animais e não seremos mais impedidos de participar de exposições", afirma.

Romualdo Setúbal, prefeito de Santa Rita de Cássia, aposta no crescimento do município. "O pequeno vai ficar grande com o rebanho valorizado e com a livre concorrência", considera.

De acordo com Peixoto, outro fator positivo para a pecuária da Bahia é a garantia de rastreabilidade, por meio de um sistema de fiscalização via satélite. "Até maio deste ano 95% das propriedades baianas estarão cadastradas."

A Bahia é o terceiro estado brasileiro a se incorporar ao Sisbi. "Em 2012 o País deve estar totalmente livre de aftosa."

Segundo Ferraz, a Bahia está crescendo em produção, mas a distância, se comparada a Região Centro-Oeste, líder em abate, com aproximadamente 3,8 milhões de animais por ano, é considerável. Já que a Bahia abate anualmente 2,3 milhões.

Para Ferraz, a Bahia tem chances de ganhar mercado externo exceto nos Estados Unidos, Japão e Coréia. "São paises que fazem exigências descabidas, onde há um protecionismo disfarçado. Qualquer outro país é mercado."

Frigoríficos

Os dez frigoríficos a serem construídos pela Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), Governo do Estado da Bahia e Mapa fazem parte do Projeto de descentralização do abate no estado, e deve atender a municípios distantes dos polos de abate. De acordo com Peixoto, os municípios a receberem as novas plantas ainda não foram definidos. "Outros cinco frigoríficos estão em fase de projeto em Bom Jesus da Lapa, Morro do Chapéu, Remanso, Itabuna e Valença."

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Fonte:
DCI

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