Estado quer discutir aftosa com Uruguai e Argentina

Publicado em 30/06/2010 11:14
Balanço do governo estadual aponta que índice de vacinação atingiu 95,66%.
O Rio Grande do Sul, que atingiu cobertura vacinal de 95,66% nesta última etapa de imunização, pretende envolver o Uruguai e a Argentina na discussão sobre a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Estado. Um encontro realizado ontem na Capital com representantes do poder público, indústria, produtores e veterinários deflagrou oficialmente o debate sobre o fim da imunização do rebanho com a definição de pelo menos 10 reuniões que serão realizadas no interior para tratar do tema.

A mais importante delas, ainda sem data definida, ocorrerá na segunda quinzena de julho em Uruguaiana com integrantes da área de defesa animal e pecuaristas do Uruguai e da Argentina. Devido à fragilidade do controle das fronteiras, abrir um relacionamento formal e pautado pela transparência com os países vizinhos é considerado um dos requisitos para o Rio Grande do Sul voltar a pleitear com segurança o status de livre de febre aftosa sem vacinação. Nos dois últimos episódios de reintrodução do vírus no Estado, em 2000 e 2001, a origem foi a Argentina e o Uruguai.

– Este foi o primeiro passo desta discussão e temos que envolver os nossos vizinhos (Uruguai e Argentina) nisso. Como outros Estados estão falando no assunto, não podemos ficar fora – diz o secretário Estadual da Agricultura, Gilmar Tietböhl, lembrando que não há prazo estipulado para o Estado suspender a aplicação da vacina.

Também ontem o governo gaúcho apresentou o resultado da primeira etapa da vacinação deste ano, realizada em maio, e que atingiu 13.748.612 animais. A próxima etapa, em novembro, será para exemplares com até 24 meses de idade. Conforme o chefe do Serviço de Doenças Vesiculares da secretaria, Fernando Groff, devem ser imunizados cerca de 4 milhões de cabeças. Os produtores que não notificaram a vacinação em tempo hábil serão multados. No ano passado, o valor chegou a R$ 1 milhão.

Por que é importante

- A aftosa, que atinge animais de casco bipartido, como bovinos, ovinos e suínos, é a principal barreira sanitária à venda de carnes e subprodutos imposta por países da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
- Vacinar contra a febre aftosa é uma defesa à presença do vírus, mas não assegura a possibilidade de comercializar produtos de origem animal. Há também o custo da imunização, que só na etapa de maio chegou a R$ 25 milhões no Estado.
- O Rio Grande do Sul é uma das 16 unidades da federação com o status de livre de febre aftosa com vacinação. No país, só Santa Catarina é livre sem vacinação.
- Avançar de status significa a possibilidade de acessar mercados mais exigentes e que pagam mais pela carne, como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Canadá. O certificado de livre de febre aftosa sem vacinação pela OIE é concedido apenas 12 meses após o fim da vacinação.

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Fonte:
Zero Hora

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