Campanha contra aftosa está atrasada na Zona de Alta Vigllância Sanitária por falta de recursos

Publicado em 04/11/2010 10:57
A campanha de vacinação contra a febre aftosa na ZAV, Zona de Alta Vigilância Sanitária, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia, está atrasada. O problema é que os recursos do governo federal não chegaram ao estado, o que atrapalhou o cronograma.

A zona de alta vigilância foi criada há três anos e fica na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia e o Paraguai. É uma faixa de 1,5 mil quilômetros onde estão 13 municípios. A área recebe atenção reforçada do Ministério da Agricultura depois que o estado enfrentou um surto da doença em 2005.

A campanha teve início em primeiro de outubro e vai até o dia 15 de novembro. Mas, a vacinação que deveria estar na reta final, ainda não deslanchou. A verba, que iria ajudar na campanha, ficou retida a partir de julho por causa do período eleitoral.

“Todos os assuntos de fronteira estão intimamente ligados com o governo federal. Nós temos um convênio que foi feito desde o começo desse ano, assinado, mas as eleições são sempre problemáticas para o assunto de convênio porque todas as verbas que provêm do governo federal ficam retidas durante esse período”, explicou Tereza Cristina Corrêa Dias, secretária estadual de Produção do Mato Grosso do Sul.

O orçamento previsto para as despesas de vacinação nessa área é de três milhões de reais. O governo do estado informou que está disponibilizando dois milhões para esta campanha. O restante, um milhão de reais, foi prometido pelo governo federal. Só que a liberação desse dinheiro atrasou conforme reconhece o superintendente do Ministério da Agricultura, em Campo Grande.

“Nós tivemos um problema, que é de ordem legal, na movimentação de recurso do governo federal para o governo do estado de Mato Grosso do Sul que estava impedida em função do período eleitoral”, esclareceu Orlando Baes, superintendente federal de Agricultura do Mato Grosso do Sul.

O superintendente promete, no entanto, que o dinheiro será liberado com urgência. “Já descentralizamos R$ 250 mil e tem mais R$ 750 mil que serão utilizados. Já está chegando e vai atender toda necessidade até o final da vacinação”, avisou.

Além da falta de recursos, outro fato pesou na campanha de vacinação na zona de alta vigilância em Mato Grosso do Sul: a mudança nos critérios adotados.

Nos dois anos anteriores a vacinação nessa área foi acompanhada por um veterinário oficial, que assinava as guias sem cobrar pelo serviço. Este ano, para diminuir custos, Mato Grosso do Sul habilitou veterinários particulares, que podem cobrar pelo acompanhamento. A mudança preocupou os produtores.

O criador Silvino Pereira tem um rebanho de 150 cabeças no município de Antonio João, que faz parte da ZAV. “Se tiver uma tabela baixa, controlada pelo governo, para o pecuarista pagar é uma coisa. Agora, quando cada um cobra o preço que quiser, é inviável para o pecuarista”, disse.

Em 2008, Mato Grosso do Sul reconquistou o status de área livre de aftosa com vacinação. Mas, a Zona de Alta Vigilância ainda não obteve essa classificação.

Em agosto deste ano, o Ministério da Agricultura pediu que a organização mundial de sanidade animal reveja essa condição. Mas, a análise ainda não foi feita.

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Fonte:
Globo Rural

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