Rentabilidade para o pecuarista deve continuar favorável
Com uma arroba, o produtor consegue comprar mais de três sacas de milho. Nem mesmo a maior oferta prevista para os próximos meses com a safrinha de verão deve mudar esta média.
O Brasil deve produzir este ano 55 milhões de toneladas de milho, segundo a Conab. Do total, 2,5 milhões serão destinados à pecuária. Além da oferta e da demanda, o preço nesta safra vai ser influenciado por outra cultura: a soja.
O analista de mercado Sebastião Gulla, que é representante da Câmara Setorial do Milho, explica o que acontece. Boa parte dos produtores de milho, diz ele, cultivam também a soja. Com a cotação em alta, quem planta está capitalizando e, com isso, pode forçar a estabilidade do preço do milho na época de maior oferta nos próximos meses. Outro fator de influencia nos preços é a exportação do produto.
– Se houver queda agora, neste momento de colheita, não é nada que vá alterar significativamente esta relação de troca de arroba por saca de milho. Você tem o mercado internacional, que vem balizando bons preços para o milho da safrinha – disse o analista.
O milho é um dos componentes da ração no sistema de confinamento de gado. O uso dele é essencial para a finalização do animal para o abate. O comportamento do mercado fez a relação entre o preço do milho e da arroba do boi oscilar muito nos últimos cinco anos.
Em um comparativo com base no levantamento de preços do Cepea, considerando a praça de São Paulo, em janeiro de 2007, a relação foi de pouco mais de duas sacas por uma arroba de boi. Foi quando o preço da arroba esteve na casa dos R$ 55 e a da saca de milho em R$ 25.
Não era um bom negócio para o pecuarista usar milho na ração nesta época. Bom mesmo foi em julho do ano passado, quando o pico da relação foi de mais de quatro sacas por arroba.
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