As baixas temperaturas voltam a preocupar os pecuaristas do Mato Grosso
do Sul. De acordo com a Federação de Agricultura e Pecuária do estado
(Famasul), o rebanho do Estado, em geral, não está com condições
corporais apropriadas para enfrentar o clima de seca prolongada e frio.
“Faltou forragem suficiente para alimentar os animais”, explica o
presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Ito. A
situação é resultado das chuvas, especialmente no Pantanal, que causaram
inundações e fizeram com que o pasto demorasse a sair. Quando isso
aconteceu, foi no período de pouca luminosidade, o que prejudicou a
pastagem. Ele salienta que boa parte das matrizes do Estado, estão na
região do Pantanal ( no noroeste do Estado), o que agrava a situação. “A
condição deste ano é pior que a do ano passado, pois tinhamos boa
condição de pasto. O que aconteceu foi em razão do frio e de alguns
criadores terem adquirido animal com condição corporal ruim”, avalia.
A
solução, diz, seria a aquisição de milho mais barato para complementar a
alimentação dos animais. Contudo, o preço do grão está em alta desde o
começo do ano e não dá sinais de retração. “Quem não se preparou vai
encontrar soluções pontuais e mais caras”, salienta.
É o que
aconteceu na Fazenda Serrana, em Maracajú, onde Thiago Arantes mantém
seu rebanho de Nelore. Uma geada intensa atingiu toda a propriedade na
última semana e prejudicou a pastagem. Com isso, o pecuarista terá que
investir em ração, sal com uréia e deslocar os animais para áreas que
pretendia utilizar apenas em agosto. O investimento extra deve aumentar o
custo de produção em R$ 10 mil. “Me pegou de surpresa. Há mais de dez
anos não acontecia uma geada generalizada como esta”, diz. A situação
foi agaravada pela chuva que ocorreu depois que a geada secou e que
favorece o apodrecimento do pasto. “Até que a pastagem se recomponha, os
animais vão perder peso”, lamenta.
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