Café tem maior recuo desde julho e fecha com mais de mil pontos de queda

Publicado em 10/09/2014 17:20 e atualizado em 10/09/2014 17:57

Nesta quarta-feira (10), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou suas operações com o 4º dia consecutivo de queda, com perdas abaixo dos mil pontos nos principais contratos motivada por variáveis técnicas. Foi a maior queda desde o dia 23 de julho.

O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com 181,25 centavos de dólar por libra peso, com 1135 pontos negativos, o março/15 anotou 185,30 cents/lb, com queda de 1130 pontos. O maio/15 finalizou a sessão com 187,65 cents/lb com 1125 pontos de baixa e o julho/15 anotou queda de 1105 pontos, com 189,30 cents/lb.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o mercado está bipolar com alta seguida de baixa, com notícias de possibilidade de quebra da safra atual e da próxima no Brasil e divulgação de levantamentos positivos, que intensificaram a queda nos últimos dias. “Do final da semana passada para essa chegou ao mercado notícias que influenciaram a baixa, como o aumento da safra colombiana, a estimativa da Volcafe e do IBGE, que elevou a previsão da safra no Brasil e os dados de exportação, que aumentaram no mês de agosto”, diz.

Segundo o analista, a mudança de foco com notícias animadoras da safra e de exportação, abriu espaço para variáveis técnicas, que motivaram a queda na sessão desta quarta-feira (10) com o rompimento da linha de US$ 1,90 por libra peso.

De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhes, o mercado não apresentou novidades e as informações recentes ainda dominam Nova York. No entanto, a queda expressiva foi resultado da venda de fundos. “Quando há o rompimento da linha de suporte, os outros fundos automaticamente também começam a ser vendidos, é um movimento realizado por computadores”, afirma.

Segundo traders, o fortalecimento do dólar pressionou o café estimulando vendas de fundos e de especuladores. A expectativa é de que o dólar siga se valorizando contra o real.

 

Déficit hídrico no Sul de Minas

A Fundação Procafé divulgou nesta quarta-feira (10), dados sobre o déficit hídrico na região Sul do Estado de Minas Gerais. Segundo o levantamento, a região está próxima da maior seca da história. O município de Varginha-MG tem déficit hídrico de 181,9 mm, Carmo de Minas 167,9 mm e Boa Esperança registrou déficit de 226,4 mm. Com a realidade climática, a Prócafé estima que a safra de 2015 tenha quebra de 20%

“Se não tivermos chuvas de 50 mm no mês de setembro, tenho certeza que nós veremos a pior safra da cafeicultura”, diz o pesquisador da Procafé, Alysson Fagundes.

De acordo com o pesquisador, as plantas da safra 2015 já deveriam estar com florada, mas ainda estão com folhas. “As lavouras esqueletadas que são as lavouras que dariam altas safras para 2015 deveriam estar com 29 nós de crescimento vegetativo. Dependendo da região, estão com 12, esse é um reflexo severo de redução na produtividade”.

 

Previsão de chuva para os dias 14 e 15 de setembro

Segundo a Meteorologista da Somar Meteorologia, Pryscilla Paiva, as chuvas devem voltar nos dias 14 e 15 de fevereiro nas regiões cafeeiras de São Paulo e sul de Minas Gerais, porém, serão isoladas e de baixa intensidade. Com volumes de 80 milímetros em pontos do interior paulista e na região do Triângulo Mineiro, o volume é menor e não deve passar dos 35 milímetros acumulados.

No entanto, de acordo com a meteorologista, essas condições podem interromper a colheita e atrapalhar a secagem dos grãos.

Segundo Pryscilla, a chegada da primavera, que começa no próximo dia 22 de setembro, também não deve trazer chuvas que consigam reverter o déficit hídrico acumulado pelas lavouras nos últimos meses.

 

Veja as cotações completas de café nesta quarta-feira (10). 

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Admiro o produtor rural que consegue viver exclusivamente do seu trabalho no campo...Eu convivo com café dede l974, quer dizer, quarenta anos, quando adquirí minha propriedade, mas meus pais tinham outra atividade, portanto vim conhecer a luta deste heroi do campo, o produtor rural,desta data em diante...Aprendi que com relação ao café, não existe doutor, ele sempre dá uma rasteira em quem se apresenta como analista de primeira linha...Na época que adquiri minha propriedade, o café não valia nada, mas veio uma geada, destruindo tudo, que fez com que a valorização do produto pagasse meus compromissos antecipadamente...O cenário de hoje é parecido com o daquela época, não tenho uma bola de cristal, mas não posso ficar alheio aos fatos, portanto aconselho que uma retenção do café agora, poderá, quem sabe, futuramente recompensar este trabalho que dignifica o homem do campo...

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  • eder valdomiro de carvalho Franca - SP

    Café...ah o café.trabalho com ele aqui no sul de Minas divisa com o Noroeste Paulista a 12 anos e até hj não consegui vizualizar onde está lucros dessa atividade.somente vejo trabalho muita luta e dividas...esse ano eu me livro dessa atividade se Deus quiser.rumo a expansão de uma atividade que tbm trabalho a 12 anos e essa sim tenho alegria e lucros..pecuaria...

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Pois eu acho que a queda dos preços tem uma razão...Vai faltar água prá fazer café no coador...Já pensaram, a água é que é a matéria prima na feitura do nosso café de cada dia...Ainda mais sem florada, sem café, sem água e prá arrematar, sem preços...

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  • marcos vinicius de souza Manhuaçu - MG

    Bom,gostaria de estar errado,mas acho que teremos café a 300,00 reais em breve,isso por que,com aquele preço do café de 2011,2012,aqui na região de caratinga,manhuaçu,plantaram café ate nas pedras,e vão começar a produzir agora,no geral aqui foi ano de baixa,as lavouras estão boas,apesar do clima,hoje não podemos olhar somente o estado das lavouras,mas sim a quantidade de pés novos,que no geral,com um clima bom,devem derrubar o mercado pelos proximos anos,acho que deveriamos reduzir em 30%,o numero de cafeeiros,somente assim os preços se firmariam e no mais tem a famosa curva de consumo,ate que preço o consumidor pagaria pelo café,industria de suco de caixinha estão crescendo,pensem nisso.

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