Café: Bolsa de Nova York tem queda acumulada de pouco mais de 2% na semana e se distancia de US$ 1,50/lb

Publicado em 05/08/2016 17:53

Após oscilarem dos dois lados da tabela nos últimos dias, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a semana um pouco mais distantes do patamar de US$ 1,50 por libra-peso, ainda que o mercado tenha fechado em alta nesta sexta-feira (5). Realizando ajustes técnicos, acompanhando as informações sobre a colheita da safra 2016/17 do Brasil e atenta ao câmbio, as cotações encerraram a semana com queda de pouco mais de 2% nos principais vencimentos.

No pregão de hoje, o contrato setembro/16 anotou 142,50 cents/lb com 40 pontos de alta, o dezembro/16 teve 146,15 cents/lb com 45 pontos positivos. Já o vencimento março/17 encerrou o dia cotado a 149,30 cents/lb com 50 pontos de valorização, enquanto o maio/16 registrou 151,05 cents/lb com 45 pontos positivos.

Após oscilarem dos dois lados da tabela durante a sessão desta sexta, as cotações do arábica na ICE acabaram fechando em alta com suporte do câmbio. Recompras de fundos foram registradas pela manhã e também garantiram o tom positivo aos preços externos. Em contrapartida, o mercado recuou no início da tarde após demonstrar fraqueza técnica ao ficar acima de US$ 1,50/lb.

Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o avanço das cotações na ICE nesta sexta-feira foi de certa forma previsível. "Após os recentes tombos presenciados, principalmente em Nova York, o mercado entrou em recompras e assim, importantes suportes foram reconquistados e um tom ameno prevaleceu", explica.

O dólar comercial encerrou o dia com queda de quase 1% repercutindo as chances cada vez menores de aumento nos juros dos Estados Unidos e a perspectiva de entrada de investimentos externos no Brasil. A moeda estrangeira registrou R$ 3,1691 na venda com queda de 0,80%. Na semana, o dólar acumulou queda de 2,28%. As oscilações da moeda estrangeira impactam diretamente nas exportações do Brasil.

Em julho (21 dias úteis), as exportações de café em grão do Brasil totalizaram 1,73 milhões de sacas, com receita de US$ 271,4 milhões. Os dados foram divulgados na segunda-feira (1º) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As incertezas em relação à oferta de café nesta temporada e a queda nos estoques mundiais do grão também contribuíram para os ganhos durante a semana, segundo agências internacionais. Ainda há muitas dúvidas entre os operadores sobre o potencial produtivo do Brasil na safra 2017/18 e os estoques do país estão baixos.

Por outro lado, o avanço da colheita da safra 2016/17, com a melhora no clima nas principais áreas produtoras do país, ajudou a pressionar as cotações. Segundo estimativa da Safras & Mercado divulgada na quinta-feira (4), a colheita brasileira 2016/17 foi indicada em 76% até 2 de agosto, uma evolução de 6% em relação à semana anterior. É apontado que já foram colhidas 41,47 milhões de sacas.

Na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé) o número estava em 67,6% até o dia 29 de julho. No mesmo período do ano passado, esse número estava em 53,4%. Na semana anterior, os produtores da Cooperativa haviam realizado o trabalho em 59,5% da área total de abrangência da cooperativa.

De acordo com mapas climáticos, o clima deve continuar predominantemente seco nas principais regiões produtoras de café nos próximos dias. No entanto, uma frente fria deve avançar pelo Centro e Sul do Brasil neste fim de semana e pode causar chuvas dispersas e de baixo volume até a próxima terça-feira (9).

Leilões de café da Conab

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) informou na quarta-feira (3) que realizará na próxima quinta-feira (11) mais três leilões de venda de café. No total, serão ofertadas pouco mais de 66 mil sacas de 60 kg do grão ensacado das safras 2002/2003, 2009 e 2009/2010, que está em armazéns da autarquia nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

As vendas da Companhia fazem parte de uma iniciativa de leiloar nos próximos meses 50% dos estoques brasileiros em avisos quinzenais a fim de reduzir as preocupações com oferta do grão no país e equalizar os altos preços pagos no mercado devido à seca.

Na última sexta-feira (29), todo o volume ofertado de café pela Conab em leilões, de 67 mil sacas, foi arrematado. Os preços de venda do grão, dependendo do lote, variaram entre R$ 441,86 e R$ 455,19 a saca.

Mercado interno

As praças de comercialização do Brasil seguem registrando negócios isolados mesmo com o avanço da colheita. No acumulado da semana, os preços internos recuaram na maioria das localidades verificadas pelo Notícias Agrícolas, o que também contribui para a redução das transações nesses últimos dias. Em Guaxupé (MG), por exemplo, a queda acumulada no tipo 4/5 na semana ficou próxima de R$ 60,00.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ/USP) informou na quinta-feira que apesar da liquidez restrita no arábica, o robusta segue em alta. "Muitos produtores têm optado por negociar o grão de qualidade inferior, que está com preço mais atrativo. Muitas torrefadoras nacionais, inclusive, entram no mercado buscando café arábica de menor qualidade, já que a oferta de robusta é baixa – produtores seguem retraídos, impulsionando ainda mais os preços da variedade", reportou o Cepea.

O tipo cereja descascado fechou com maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 600,00 a saca – estável . A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 0,94% e R$ 526,00 a saca.

Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com queda de R$ 36,00 (-6,41%), saindo de R$ 562,00 para R$ 526,00 a saca.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 505,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,02% e saca a R$ 497,00.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Guaxupé (MG), que tinha saca cotada a R$ 560,00, mas caiu R$ 58,00 (-10,36%) e agora vale R$ 502,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 520,00 a saca e desvalorização de 0,95%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com R$ 485,00 a saca e alta de 1,04%.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 duro foi registrada em Guaxupé (MG). A saca estava cotada a R$ 508,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 16,00 (-3,15%) e agora está em R$ 492,00.

Na quinta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 481,93 com queda de 0,98%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta sexta-feira com leve alta. O contrato setembro/16 anotou US$ 1827,00 por tonelada com avanço de US$ 6, o novembro/16 teve US$ 1853,00 por tonelada com US$ 6 positivos e o janeiro/17 anotou US$ 1871,00 por tonelada com valorização de US$ 5.

Na quinta-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 421,51 com alta de 0,06%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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