Bons preços do café robusta chegaram ao fim? Londres está abaixo de US$ 2 mil/t e preços no Brasil caíram 11% em abril

Publicado em 03/05/2017 10:53

Café torrado - Fotógrafo-Taylor Weidman da Bloomberg
Conab estima produção de conilon no Brasil neste ano entre 8,64 e 9,63 milhões de sacas - Foto: Bloomberg

Parece ter chegado ao fim o bom momento para os preços do café robusta (conilon). A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fechou do lado vermelho da tabela por várias sessões nos últimos dias, chegando a ter a maior queda em cinco dias desde o ano de 2011, e está abaixo do patamar de US$ 2.000 por tonelada, apesar de fechar em alta nesta terça-feira (2). Já no Brasil, os preços da variedade acumularam perdas de 11% (até o dia 25 de abril), segundo levantamento do Cepea.

Os grãos de robusta, que costumam ser mais usados para a produção de café instantâneo, registraram na última semana em Londres a maior queda acumulada em cindo dias desde 2011 diante de liquidações dos fundos. Além disso, segundo informações da agência de notícias financeiras Bloomberg, os principais países produtores têm aliviado as preocupações do mercado de um aperto na oferta no curto prazo.

"O mercado altista para o café robusta pode ter acabado para o restante do ano", disse à Bloomberg Carlos Mera Arzeno, analista de commodities do Rabobank International em Londres, por e-mail. "O preço está caindo devido a uma combinação de razões fundamentais e técnicas. Você tem grandes ações de não-agricultores no Vietnã e Indonésia, e também os fundos de vendas, independentemente dos fundamentos".

Acompanhando a queda externa e a proximidade da colheita, o mercado brasileiro também registra perdas nos últimos dias. O Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, acumulou expressivo recuo de 11% na parcial de abril (até o dia 25), fechando a R$ 390,11 na saca de 60 kg no período.

Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Esalq/USP), a pressão vem do avanço da colheita da variedade no Espírito Santo combinado à retração compradora – indústrias aguardam a intensificação das atividades para adquirir maiores quantidades do produto.

O preço do robusta no ES superou R$ 550,00 a saca no ano passado por conta da seca no estado e baixa oferta do grão no mercado, o que fez a indústria de café solúvel pedir importação pela primeira vez na história ao governo brasileiro.

Para o arábica, a desvalorização acumulada é de 4,80%, com o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, a R$ 452,38 a saca na última terça. As baixas do arábica, por sua vez, estão atreladas à proximidade da colheita da temporada 2017/18, que deve começar em maio, às oscilações do dólar e à forte queda externa.

Apesar de já repercutir no mercado, a colheita no principal estado produtor de conilon começou apenas em lavouras precoces. Os trabalhos mais abrangentes devem começar nos próximos dias, de acordo com envolvidos do setor. A colheita também já começou em Rondônia, estado que tem despontado na produção da variedade nos últimos anos.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) aponta que o Brasil terá produção de conilon neste ano entre 8,64 e 9,63 milhões de sacas de 60 kg. A estimativa é de que as produtividades comecem a se recuperar, frente a forte escassez de chuvas dos últimos anos.

Nesta terça-feira, as cotações futuras do café robusta no vencimento maio/17 fecharam cotadas a US$ 1.962,00 por tonelada com alta de US$ 45. Já no Brasil, o Indicador Cepea da variedade registrou R$ 398,41 na saca de 60 kg, com valorização de 1,87%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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