Café: Com bomba no cenário político brasileiro, dólar dispara e Bolsa de Nova York cai cerca de 500 pts

Publicado em 18/05/2017 17:50

Acompanhando a cena política no Brasil diante das denúncias contra o presidente Michel Temer que repercutem no câmbio, com o real desvalorizado, e impactam as exportações, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quinta-feira (18) com queda de quase 500 pontos e perderam o patamar de US$ 1,30 por libra-peso em alguns vencimentos. O mercado também acompanha o otimismo em relação à oferta global na safra 2017/18.

O contrato maio/17 fechou a sessão de hoje cotado a 127,40 cents/lb com queda de 480 pontos, o julho/17, referência de mercado, registrou 129,65 cents/lb com recuo de 475 pontos. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 132,05 cents/lb e desvalorização de 470 pontos e o dezembro/17, mais distante, caiu 470 pontos, fechando a 135,50 cents/lb. Na véspera, as cotações tiveram ganhos de cerca de 300 pontos.

Mercado do café NY - 18/05/2017

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira - Fonte: Investing

O dólar comercial fechou a sessão desta quinta-feira com a maior alta em mais de 18 anos, mas chegou a testar R$ 3,4400 na máxima do dia, repercutindo as denúncias do grupo JBS em delação premiada envolvendo o presidente Michel Temer, o que pode afetar todo o processo de reformas no Brasil que animava os investidores nos últimos dias. A divisa encerrou o dia cotada a R$ 3,3890 na venda com alta de 8,15%.

Gráfico Dólar - 18.05.2017

Gráfico do dólar comercial nesta 5ª feira - Fonte: Reprodução/UOL

O câmbio impacta diretamente as exportações da commodity, pois tende a encorajar os embarques uma vez que os ganhos são em dólar, em compensação derruba os preços futuros do grão na ICE para que haja um equilíbrio nas transações.

"Tudo o que está ruim ainda pode piorar, é incerteza absoluta", afirmou à agência de notícias Reuters o gerente de tesouraria do Bank of China, Jayro Rezende.

Além disso, os investidores no terminal externo seguem mais tranquilos com a safra global do grão neste ano nas principais origens produtoras. A colheita no Brasil já começou. "O mercado tem apontado a boa produção e oferta abundante como razões para manter viva a pressão de venda", disse em relatório nesta semana o vice-presidente da Price Futures Group e analista de mercado, Jack Scoville.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reportou nesta quinta que a safra de café do Brasil neste ano deve ficar em 45,5 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado, com uma redução de 11,3% quando comparado às 51,4 milhões de sacas de 2016. O café arábica, 78% do total produzido no país, deve recuar 18,3%, estimando-se que sejam colhidas 35,4 milhões sacas, e o conilon que responde por 22% do total produzido, deve registrar crescimento de 26,9% frente ao ciclo anterior, com uma produção estimada de 10,1 milhões de sacas.

» Conab: Safra de café recua e previsão é de 45,5 milhões de sacas

A colheita segue sendo realizada no Brasil. Segundo dados da consultoria Safras & Mercado, até o dia 8 de maio os trabalhos de colheita no campo estavam em 6%. Levando em conta a projeção da empresa de produção total de 51,1 milhões de sacas de 60 kg de café neste ano para o país, é apontado que já foram colhidas 3,2 milhões de sacas em todo o cinturão produtivo do grão.

Os produtores devem ficar atentos às condições climáticas nos próximos dias. Estão sendo previstas chuvas para áreas produtoras de café do Brasil de mais de 40 milímetros. Diante dessa condição, fica o temor de que as precipitações de mais de 40 milímetros apontadas nos mapas climáticas possam atrapalhar os trabalhos de colheita e secagem do grão.

Mercado interno

Com o avanço do dólar, os preços no Brasil subiram até 7% nas praças de comercialização do Brasil e estimularam alguns negócios, segundo analistas. Mas, no geral, as negociações seguem lentas. Os preços registraram na última segunda-feira (15) mínimas de mais um ano, em valores nominais, com o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor registrando R$ 451,72 a saca.

O menor valor até então havia sido registrado em 2 de maio de 2016, quando o Indicador registrou R$ 451,72 a saca.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 515,00 e alta de 4,04%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) que teve alta de 5,98% e saca a R$ 496,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 480,00 a saca e alta de 3,23%. Poços de Caldas (MG) teve a maior oscilação no dia dentre as praças com avanço de 6,58% e saca a R$ 470,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em  Guaxupé (MG) com saca a R$ 475,00 e alta de 4,40%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Calas (MG) com alta de 7,44% e saca a R$ 462,00.

Na quarta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 448,55  e alta de 0,93%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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