Café: Preocupações com safra do Brasil e Honduras renovam esperanças altistas para futuros após pressão momentânea, diz OIC

Publicado em 10/07/2017 15:13

A OIC (Organização Internacional do Café) apontou algumas razões para a sustentação nos preços do café, pois atualizou suas ideias de que o movimento dos fundos parecem estar por trás da queda dos futuros para uma baixa de 13 meses.

A OIC reconheceu que o "mercado do café permanece bem fornecido", atribuiu isso aos "altos volumes de exportação até o momento durante este ano cafeeiro e à acumulação de grandes estoques nos países importadores".

No entanto, a extensão do declínio, que viu os futuros do arábica em Nova York atingirem há três semanas atrás o seu menor nível desde março do ano passado, parece ter sido impulsionada por vendas um tanto indiscriminadas.

"A queda repentina dos preços na terceira semana de junho parece ter sido ativada por um movimento simultâneo do café e de outras commodities agrícolas, como alguns relatórios sobre vendas técnicas sugerem", afirmou a Organização.

Humano vs Trading de computadores

A Marex Spectron, com sede em Londres, há duas semanas, disse que "o mercado de commodities baixista desde 2012 levou a uma grande realocação de ativos de fundos gerenciados (humanos) a fundos sistêmicos (de computador)".

"Podemos apontar que US$ 25 bilhões em ativos que foram retirados de fundos gerenciados que negociaram historicamente café".

Enquanto isso, os dados regulamentares dos EUA mostram que os fundos gerenciados, a partir de 27 de junho, tiveram o seu maior desconto líquido em futuros de arábica em Nova York, de 43.619 lotes, embora as estatísticas semanais divulgadas na sexta-feira mostrem flexibilização de 42.576 contratos.

"Risco residual de geada"

No entanto, a OIC apontou alguns fatores que potencialmente os investidores adotem diante de riscos para os preços do café, incluindo o aumento sazonal dos medos pela geada no Brasil, o principal país produtor de café.

"No início de julho, porém, ainda há um risco residual de geada no Brasil, potencialmente afetando as perspectivas da próxima safra", afirmou a Organização, com os danos causados pelo congelamento no passado que prejudicaram as perspectivas de colheita para o ano seguinte.

No mercado norte-americano de futuros, Jack Scoville observou que "o clima no Brasil tem sido frio" e que "a maioria das previsões mostram que as temperaturas continuam frias".

No entanto, ele também observou que as temperaturas permaneceram "bem acima dos níveis prejudiciais" para as culturas, e que "ainda não há frio prejudicial".

Preocupações com ferrugem em Honduras

A OIC também sinalizou que "possíveis surtos de ferrugem em países como Honduras podem intensificar preocupações com a oferta no mercado".

A grande extensão das exportações hondurenhas em 2016/17 provocou uma série de melhorias nas estimativas para a última safra do país, que, por sua vez, pesa sobre os preços mundiais do arábica.

As exportações hondurenhas no período de outubro a maio foram 30% maiores de um ano para o outro.

No entanto, certo debate sobre se o país, em 2017/18, poderá conseguir uma colheita forte, uma vez que as plantas arábica tendem a operar em anos alternados de produção maior e menor, e as descobertas de ferrugem de café, mesmo em algumas árvores que se achava que eram resistentes.

Tradução: Jhonatas Simião

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Fonte:
Agrimoney

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