Café: Arábica recua cerca de 100 pts nesta 4ª na Bolsa de Nova York e atinge o menor nível em 12 anos

Publicado em 22/08/2018 17:35

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Os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (22) com queda próxima de 100 pontos e chegou a atingir mínimas de 2006. O mercado externo do grão segue pressionado por fatores técnicos e, principalmente, devido a uma nova desvalorização do real frente ao dólar.

O vencimento setembro/18 encerrou a sessão com queda de 145 pontos, cotado a 96,50 cents/lb e o dezembro/18 registrou 100,90 cents/lb com recuo de 90 pontos. Já o contrato março/19 teve desvalorização de 95 pontos, a 104,20 cents/lb e o maio/19 anotou 106,60 cents/lb 95 pontos de negativos.

Apesar de o vencimento referência de mercado, o dezembro/18, fechar acima do patamar de 100 cents por libra-peso, na mínima do dia ele atingiu 99,35 cents/lb, que é o menor patamar verificado no mercado do grão para um segundo contrato desde julho de 2006. O setembro/18 trabalha abaixo desse nível desde segunda-feira (20).

"Observamos uma pressão contínua na frente cambial afetando os preços do café no curto prazo", disse o Rabobank em um relatório mensal. Os preços externos, segundo a agência de notícias Reuters, também foram pressionados no dia pelas expectativas renovadas do mercado de alta produção global e vendas especulativas.

O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta com alta de 0,46%, cotado a R$ 4,0559 na venda, maior nível desde fevereiro de 2016 mas longe da máxima do dia (R$ 4,0917). Investidores estão na defensiva com pesquisas indicando poucas chances de Geraldo Alckmin (PSDB), candidato preferido do mercado, avançar para o segundo turno na corrida presidencial.

Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, os fundamentos no mercado seguem negativos com a expectativa de alta produção nas origens. Mas essas informações parecem ter sido precificadas e a preocupação é com o câmbio. "Um fator que ajude o mercado a trabalhar abaixo disso seria o dólar", ponderou o analista.

A Safras & Mercado divulgou na última quinta-feira (16) que a colheita de café no Brasil atingiu 88% até o dia 14 de agosto. No conilon, a colheita já havia sido finalizada. O avanço foi de pouco mais de cinco pontos percentuais em uma semana. A comercialização estava em 38% de uma produção estimada em 60,5 milhões de sacas de 60 kg.

Mercado interno

Os negócios com café no mercado físico brasileiro são lentos com os níveis de negociação cada vez mais baixos. "Os preços do café arábica estão em forte queda no mercado brasileiro, de acordo com dados do Cepea. O motivo para a baixa é a expectativa de ampla oferta do grão, devido à safra recorde em 2018/19 no Brasil", informou em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 0,47% e saca a R$ 424,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 0,49% e saca cotada a R$ 404,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com baixa de 4,76% e saca a R$ 400,00.

Na terça-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 408,01 e queda de 0,57%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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