Café: Bolsa de Nova York volta a cair nesta 2ª com dólar, mas mantém patamar de 90 cents/lb

As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta segunda-feira (29) com quedas de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O câmbio voltou a pesar sobre o mercado da variedade, mas movimentos de ajustes e atenção com a oferta também pesaram durante o dia.
O contrato maio/19 encerrou a sessão com queda de 135 pontos, a 91,35 cents/lb e o julho/19 anotou 92,65 cents/lb com 145 pontos de desvalorização. Já os lotes para setembro/19 perderam 150 pontos, a 95,00 cents/lb e o dezembro/19 registrou 98,60 cents/lb com 155 pontos negativos.
Os futuros oscilaram entre máxima de 93,80 cents/lb e mínima de 91,85 cents/lb, segundo o site de cotações Investing. O dia foi de pressão do câmbio ao mercado, mas movimentos técnicos também foram registrados e oferta. Ainda, assim os vencimentos seguem acima de 90 cents/lb.
"Os preços caíram nesta segunda-feira, com o café arábica impactado pela fraqueza do real brasileiro, já que um real mais fraco [dólar mais alto] estimula a as vendas e exportações por parte do Brasil", destacou o site internacional Barchart sobre o fechamento no dia.
Às 16h20, pouco depois do fechamento do arábica na ICE, o dólar comercial subia 0,18%, cotado a R$ 3,9389 na venda, acompanhando novidades na cena política e no aguardo da decisão do Federal Reserve na quarta-feira (1º), feriado do Dia do Trabalho no Brasil.
"O dia é construído de expectativas, conforme forem progredindo as expectativas para o lado bom, há uma acomodação do dólar. Mas não vejo muito alívio, o mercado ainda está respeitando bastante esse patamar de 3,90 reais. Só vai abrir mão disso quando houver mais progresso (na comissão especial)", disse para a Reuters o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo.
Apesar de o câmbio ser o principal fator de impacto aos preços externos no dia, ajustes também foram vistos e operadores também seguem acompanhando a safra brasileira. A colheita da temporada 2019/20 já começou em todas as regiões produtoras de arábica e conilon.
"As ideias são que a próxima safra brasileira ainda pode ser grande já que o clima tem favorecido as lavouras até o momento. No entanto, condições mais secas estão previstas para esta semana", destacou em informativo o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro acontecem lentos, mas sempre ocorrem, principalmente, por conta da necessidade de caixa dos produtores com o início da colheita. Os preços do tipo 6 duro continuam abaixo de R$ 400,00 a saca.
"O mercado é comprador e arábicas de boa qualidade são bastante procurados. Como as ofertas são baixas, muitos produtores adiam o fechamento de negócios aguardando melhores preços", destacou em boletim recente o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 416,00 e baixa de 0,72%. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com desvalorização de 2,50% e saca a R$ 390,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 405,00 e alta de 2,53%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,32% e saca a R$ 375,00.
Na sexta-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 383,00 e queda de 0,34%.
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