Café tem semana de desvalorização e recua 2,35% na semana em Nova York

Publicado em 19/03/2021 17:36 e atualizado em 20/03/2021 10:19
Londres e Brasil também finalizaram a semana com baixas

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A semana chega ao fim com desvalorização para os principais contratos do mercado futuro do café arábica. No acumulado da semana, o café arábica registrou queda de 2,35% na principal referência do mercado futuro. 

Na Bolsa de Nova York (ICE Future US), maio/21 teve queda de 95 pontos, valendo 129 cents/lbp, julho/21 registrou queda de 90 pontos, negociado por 131,05 cents/lbp, setembro/21 recuou 95 pontos, negociado por 132,95 cents/lbp e dezembro/21 teve queda de 90 pontos, valendo 135,05 cents/lbp. 

De acordo com análise do site internacional Barchart, os preços mais uma vez foram impulsionados pelas condições climáticas do Brasil. "Outro fator negativo para o café são as chuvas recentes no Brasil que devem beneficiar suas lavouras de café. A Somar Meteorologia informou na segunda-feira que as chuvas da semana passada em Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, mediram 45,2 mm, ou 104% da média histórica", destacou mais uma vez. Vale lembrar, no entanto, que a regularização das chuvas não recuperam os danos da estiagem e que a quebra da safra brasileira deve ficar em torno de 32% e 39% para o arábica, de acordo com o primeiro levantamento divulgado pela Conab. 

Durante a semana, o mercado de café registrou apenas uma sessão de valorização, quando os dados da Green Coffee Association indicaram uma queda nos estoques americanos de café em feveiro. Uma redução nos estoques, são indicativo de consumo dentro do esperado mesmo com a pandemia da Covid-19. 

Além disso, os preços ainda têm suporte de uma demanda mais aquecida no segundo semestre, à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança em importantes polos produtores como Estados Unidos e Inglaterra. "A média de 7 dias de novas infecções por Covid nos Estados Unidos caiu para 51.820 no domingo, a menor em 5 meses", destacou a análise internacional.

Na Bolsa de Londres, a semana também chega ao fim com desvalorização para o café tipo conilon. No acumulado da semana, a principal referência do mercado registrou baixa de 0,58%. 

O contrato com vencimento em maio/21 teve queda de US$ 6 por tonelada, valendo US$ 1380, julho/21 registrou baixa de US$ 7 por tonelada, negociado por US$ 1404, setembro/21 registrou baixa de US$ 8 por tonelada, negociado por US$ 1424 e novembro/21 registrou baixa de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 1440.

No Brasil, as principais praças produtoras do país registraram desvalorização. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 2,25% em Guaxupé/MG, valendo R$ 737,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,68%, negociado por R$ 725,00, Varginha/MG teve queda de 1,32%, negociado por R$ 745,00, Campos Gerais/MG registrou baixa de 1,41%, negociado por R$ 701,00 e Franca/SP finalizou com baixa de 1,33%, valendo R$ 740,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 1,25% em Guaxupé/MG, valendo R$ 789,00, Poços de Caldas/MG teve queda de 0,65%, negociado por R$ 765,00 e Varginha/MG teve queda de 2,44%, valendo R$ 800,00 e Campos Gerais/MG teve baixa de 1,17, valendo R$ 761,00.

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Safra de café arábica de MG deve recuar mais de 10 mi sacas em 2021, diz Emater

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SÃO PAULO (Reuters) - A safra de café arábica de Minas Gerais deve ter redução de mais de 10 milhões de sacas em 2021 ante a temporada passada, devido à seca de 2020 e à bienalidade negativa da cultura, estimou nesta sexta-feira uma pesquisa realizada por órgãos no Estado que é o maior produtor nacional da commodity.

A projeção, obtida em pesquisa que considerou cerca de 90% dos municípios produtores do Estado, indica um recuo na safra na área de abrangência do levantamento para 17,9 milhões de sacas, explicou o coordenador técnico de Cafeicultura da Emater-MG, Julian Carvalho, à Reuters.

"No ano passado, de agosto a outubro, praticamente não choveu nada. A planta busca água no solo para se manter e desenvolver, por isso a seca foi o que mais afetou os cafezais mineiros", afirmou Carvalho, um dos responsáveis pelo estudo.

Com base nos preços do café e na estimativa de quebra de safra, a perda financeira em 2021 seria de cerca de 8 bilhões de reais em valor bruto da produção.

O levantamento, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, não trouxe um número para a produção mineira como um todo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em janeiro a safra de arábica em todo o Estado de Minas Gerais em intervalo de 19,5 milhões a 21,8 milhões de sacas, o que seria uma queda de até 43,2% ante a produção de 2020, quando o Estado respondeu por cerca de 70% da produção brasileira da variedade.

Segundo o levantamento divulgado pela Emater, 218 municípios relataram a ocorrência de alguma intempérie climática no período de julho a novembro de 2020, mas em alguns municípios ocorreu mais de um fenômeno climático.

O déficit hídrico atingiu 55,9% dos municípios e as altas temperaturas médias, 42,5%. Também foi observada a ocorrência de granizo (9,3%) em 30 municípios.

A safra de 2021 já seria menor devido aos efeitos da bienalidade negativa do arábica, mas a seca aprofundou as perdas.

O levantamento apontou que em 20,8% dos municípios consultados mais de 150 produtores em cada local tiveram suas lavouras afetadas pelo clima.

Por efeito do clima ruim, verificou-se também que em 62,8% dos municípios consultados a intensidade da queda das folhas variou de média a alta intensidade.

"Nessas lavouras estima-se que poderá ocorrer perdas significativas de produtividade na safra a ser colhida em 2021, e até mesmo em safras futuras", disse.

Ainda, o estudo apontou que, em 73,1% dos municípios que relataram perdas, a frutificação foi comprometida com intensidade de média a alta.

O levantamento apontou também que uma parcela de 34,8% dos cafeicultores não teve suas lavouras afetadas pelas intempéries climáticas.

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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