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Procafé: Com crise dos fertilizantes, produtor de café necessita de nova análise de solo para mitigar impactos

Publicado em 15/03/2022 16:06 e atualizado em 15/03/2022 17:40
Levantamento normalmente é feito apenas uma vez por ano, mas momento pede mais cautela e trabalho de gestão do cafeicultor

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Sem o cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, a preocupação com a disponibilidade de fertilizantes só aumentam para o produtor rural no Brasil. O cenário na cafeicultura não é diferente, o que vem levantando muitas dúvidas para quem está no campo. Segundo Alysson Fagundes, da Fundação Procafé, o momento pede cautela, trabalho de gestão e novas análises do solo para tentar minimizar os impactos. 

"Muito pior do que ser caro, é não ter. Quando se é caro, mas tem, tudo vai pra frente. Ninguém imaginava guerra na Rússia, ninguém imaginava passar pela situação que nós estamos passando hoje, mas hoje o nosso problema é não ter, a oferta está pequena. Problemas não nos faltam para falar, logístico, de fornecimento e o Brasil importa 85% dos fertilizantes utilizados", afirma Alysson. 

O grande problema hoje está no fornecimento de cloreto de potássio, mas fósforo e nitrogênio também começam a preocupar para a produção de café. "Esse é o fertilizante mais caro e o que mais nos preocupa, os demais também são preocupantes. O nitrogênio com a guerra ficou complicadíssimo. Acredito que teremos preços altos, mas não acredito que teremos falta porque o Brasil precisa de fertilizante, mas o mundo precisa de alimento", comenta. 

Diante deste cenário, Alysson afirma que o momento atual pede que o produtor faça nova análise de solo e foliar do parque cafeeiro.  "Primeira coisa é fazer análise de solo e folha para conseguir, neste momento, usar as reservas do solo. Reserva de nitrogênio é pouco, é matéria orgânica, reserva de potássio aonde estiver, vamos usar. Não é a hora de manter banco de fósforo, não é a hora de manter banco de potássio, muito menos de criar banco no solo, é hora de usar, gastar esses bancos", comenta. 

Banco CNA (2)

Apenas a partir de novas análises o produtor vai conseguir ter de fato conhecimento dos nutrientes que ele tem no solo. Normalmente a análise de solo é feita no início das adubações, sem novas programações durante o ano agrícola. "Em uma situação tão crucial eu sugiro que se faça além da análise tradicional uma outra análise complementar para verificar como estão os nutrientes no solo após a primeira e segunda adubação", afirma. 

Outro ponto importante, conforme explica, é que importante que o produtor espere pelo menos a primeira quinzena de abril para que aconteça a granação completa do fruto. "O ideal é fazer na segunda quinzena de abril, que é o período ideal para retirada de solo dessa análise de solo", explica.

O especialista comenta ainda que o momento pede atenção do produtor relação a captação de detalhes das informações no parque cafeeiro, fazendo um trabalho muito parecido com o de agricultura de precisão. "É o momento do produtor ter mais precisão das análises. Quanto mais o produtor dividir a fazenda em talhões, mais conhecimento ele vai ter e mais correto ele vai fazer a economia de fertilizantes", acrescenta. 

A partir da análise do solo é possível que o produtor garanta a produtividade esperada, faça as aplicações de forma eficaz, mas de certa forma consiga mitigar os danos do alto custo de produção que vem sendo observado nos últimos meses. "Sem correr risco de perder produtividade porque economizar na adubação para reduzir produtividade é a forma totalmente incorreta. O que mais reduz custo de produção é a produtividade alta", comenta. 

Alysson acrescenta ainda que acredita que o Brasil tem condições de ser autossuficiente em nitrogênio, fósforo e potássio, sendo essa uma condição que, na sua opinião, se trata apenas de tempo e vontade para avançar e tornar o cenário uma realidade para a produção agrícola. 

 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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