Em plena luz do dia e apenas em 40 minutos, assalto em fazenda de café gerou prejuízo de pelo menos R$ 140 mil

Publicado em 31/08/2022 15:42 e atualizado em 01/09/2022 10:12

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Ação criminosa durou apenas 40 minutos no Sul de Minas Gerais

 

Finalizando uma safra com frustração na produção, alta no custo de produção e incertezas climáticas, os cafeicultores ainda precisam lidar com a violência em áreas rurais, e de alguma forma encontrar maneiras de se proteger de crimes como roubos ou furtos que acontecem até mesmo durante a luz do dia. Em tempos onde a saca de café teve alta expressiva na cotação, o cuidado do produtor precisa ser redobrado. 

No maior estado de produção de café arábica do Brasil, os dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais, indicam que houve uma redução no número de registros de ocorrências de furtos e roubos nas áreas rurais nos últimos meses. 

De acordo com a Secretaria, de janeiro a julho, foram registradas 419 ocorrências de roubo em imóvel rural. Neste mesmo período no ano passado, o número era de 516. Já com relação aos episódios de furtos, de janeiro a julho deste ano, foram registrados 9.530, enquanto no mesmo período do ano passado foram registrados 9.967 casos. 

Os números mostram redução nos casos, mas durante essa semana, um assalto em uma fazenda de café no Sul de Minas Gerais, entre alguns outros relatos, foi compartilhado muitas vezes nas redes sociais. De acordo com o próprio cafeicultor, três homens encapuzados e armados abordaram sua esposa e o filho que chegavam na fazenda por volta das 14h. 

Toda a ação durou cerca de 40 minutos e o prejuízo está estimado em R$ 140 mil. Segundo o cafeicultor, foi levado da propriedade uma tv 42 polegadas, jóias, uma moto, uma caminhonete, quatro sacas de café e equipamentos utilizados durante os trabalhos no campo. 

"Disseram que queria dinheiro e armas. Minha esposa conseguiu sair do banheiro retirando as grades de proteção da janela, saindo pelo vidro de proteção", comentou ao Notícias Agrícolas. 

O produtor relatou ainda que a fazenda possui câmeras de segurança, mas que devido a passagem de uma ventania nos últimos dias, o equipamento foi danificado e não gravou o assalto. O boletim de ocorrência foi registrado pelo produtor, mas até a tarde desta quarta-feira (31) os pertences não haviam sido encontrados. 

O especialista em segurança no agro, Carlos Zumerle, explica que a exemplo de outras atividades no campo, produtor de café vem sofrendo com o aumento dos riscos de roubo e furtos nas propriedades onde essa cultura tem seus processos. "Os altos preços praticados no mercado e a forte demanda levam as quadrilhas criminosas fazer planejamento de como agir nessas localidades", explica. 

O que busca o ladrão? Carlos Zumerle responde: 

 Insumos
Tem alto valor agregado e de logística fácil para roubos e furtos. O tempo de exposição ao risco vai do momento que o cafeicultor recebe o produto até o momento que é utilizado, ou seja, podemos dizer que é sazonal. 

Maquinários 
Todas as máquinas utilizadas no cultivo do café são atrativas devido a necessidade do mercado. Elas, devido à falta de identificação, podem ser transportadas, "esquentadas" e vendidas em outras regiões. 

Café
Resultado da colheita, é o principal produto procurado pelos ladrões. Já está pronto para o comercio, não tem qualquer marca de procedência como o nome da fazenda, tem alto valor agregado para o transporte e fácil aceitação mercado. O risco desaparece depois de escoada toda a colheita da fazenda. A exemplo dos insumos, é sazonal. 

Acrescenta ainda que cada caso é muito particular, mas algumas ações podem ser tomadas pelo produtor. Confira

1 – Armazenar, tanto insumos quanto o café colhido, em edifícios construídos em alvenaria e, se possível, com somente um acesso;

2 – Instalar sistema de alarme nas portas, janelas e interiores das instalações de armazenagem e que possa enviar um sinal para fora da propriedade;

3 – Instalar botão de pânico manual, pois quando de uma abordagem dos ladrões, alguém possa acionar e enviar um aviso externamente que a propriedade está com problema;

4 – Fazer com a produção (colheita) permaneça o menor prazo possível no armazém da propriedade, ou seja, escoamento rápido para outro local externo;

5 – Contratar serviços de vigilância temporária durante a permanência de insumos e café na propriedade, ora fazendo rondas ora vigiando os armazéns;

6 - Instalar sistema de monitoramento no maquinário, tipo travamento de motor, bem como contratar serviços de vigilância temporário quando esses ativos estiverem fora da sede;

7 – Instalar sistema de câmeras de vídeo externamente na sede e internamente nos armazéns. Nesse caso um levantamento minucioso da propriedade deve ser feito;

8 – Adquirir conhecimento sobre o tema de segurança para ter noção melhor de como eliminar as falhas nos processos da propriedade que possam levar ao ataque;

9 – Treinamento de funcionários envolvidos nos processos quanto a divulgação de informações em mídias sociais;

10 – Ter sistema de iluminação externa dos edifícios;

11 – Elaborar ações comunitárias junto a outros cafeicultores e polícia local para alinhamento de pessoas suspeitas na região. Grupos de WhatsApp.  
 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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