Euromonitor: Retomada mais expressiva do consumo de café no mercado interno deve acontecer só em 2024

Publicado em 22/11/2022 11:46
Com praticidade e flexibilidade, analista acredita que café solúvel ganhará destaque importante nos próximos anos

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Com inúmeros desafios enfrentados pelo setor cafeeiro nos últimos dois anos, muito se falou no mercado de café sobre as incertezas em relação ao consumo de café. Historicamente falando, a bebida se mostrou resiliente em tempos de crise e de alta inflação e os números mais recentes mostram que em 2022 o brasileiro não deixa de tomar o tradicional cafezinho de todos os dias, mas que se é observado uma mudança no padrão de consumo. 

Segundo os dados mais recentes da Euromonitor, em 2022 o país registrou queda 0,07% no volume total de café consumido no Brasil. Segundo Rodrigo Mattos,  Analista de Pesquisa Sênior da Euromonitor Internacional, a ligeira queda neste ano é justificada pela alta dos preços nas gôndolas do supermercado, ocasionada pelos problemas na oferta do produto.

"Percebemos que os consumidores brasileiros, no contexto de alta de preço de café principalmente, decidiram não expandir o consumo. Muitas vezes até mesmo diminuir o seu consumo para se manter na mesma marca", explica o analista. Vale lembrar que os dados da Euromonitor consideram as vendas do produto final em volume total, vendido em varejo e no foodservice, mas não considera as vendas institucionais, como por exemplo, hospitais, escritórios ou licitações.

Acrescenta ainda que de fato o café pode continuar sendo considerado resiliente nos momentos de crise comparado às outras categorias. "Porém ele sofre com a inflação e no caso do café a gente sabe que está associada ao preço commoditie, que por sua vez está associada as questões climáticas que a gente ve no ano passado", complementa. 

Traçando uma linha do tempo, é importante lembrar que os preços do café subiram de forma expressiva na Bolsa de Nova York (ICE Future US) diante dos impasses climáticos sofridos pelo cafeicultor brasileiro. Em uma janela de três anos, a principal área de produção de arábica do país sofreu uma intensa seca prolongada, geadas e mais recentemente fortes chuvas de granizo também atingiram o parque cafeeiro. Os preços chegaram a avançar quase 40% para o consumidor final, segundo dados oficiais das lideranças do setor no Brasil. 

Para os próximos anos, o analista destaca que a recuperação em 2023 ainda será mais lenta, com potencial para avanço no consumo em 2024, com a expectativa de retomada aos patamares pré-pandemia da Covid-19, com avanços que podem ficar entre 2% e 4%. 

Entre as principais categorias existentes hoje no mercado nacional, Mattos destaca que o café solúvel deve se destacar nos próximos anos, sobretudo pela sua praticidade e funcionalidade. Em 2022 o solúvel também apresentou estabilidade, mas há expectativa de avanço mais expressivo nos próximos anos. 

"O solúvel não sofreu tanto nesse contexto porque está passando por um momento de inovação tecnológica e de qualidade, que está trazendo novos consumidores para a categoria. Não é uma categoria que está parada e para o futuro, a gente tem a percepção que o café solúvel vai conseguir explorar muito bem essas inovações constantes e essa flexibilidade que ele oferece", complementa. 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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