ICE não tem sacas de café pendentes para avalição e tendência é de que estoques continuem caindo
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As incertezas no mercado de café continuam. Nem mesmo a chegada da safra brasileira trouxe mais estabilidade para os preços e o produtor segue vivenciando dias de bastante instabilidade para os preços. Entre os vários fatores que ainda influenciam esse mercado, os estoques certificados continuam no radar dos operadores.
Até a tarde da última quarta-feira (4), os estoques de cafés certificados na ICE em Nova York estavam em 672 mil sacas, segundo levantamento realizado pela Pharos Consultoria para o Notícias Agrícolas. Desde o dia 20 de março de 2023, a ICE registra queda nos estoques. Também é importante ressaltar que há mais de um ano, o volume está abaixo de 1 milhão de sacas - número que até então era considerado "confortável" pelo mercado.
Os números chamam atenção, mas de acordo com Haroldo Bonfá o grande diferencial é desde o final de março também existem cafés pendentes de avaliação na ICE. "Não temos cafés para serem avaliados e os estoques continuam caindo. É preciso se ter em mente que a tendência continua sendo de queda nessa volume até, pelo menos, a definição da safra do Brasil", afirma o analista de mercado.
Depois de três anos de irregularidade climática, os números da safra brasileira apresentam variações bem significativas em 2023. Enquanto a Conab estima uma safra de 54 milhões de sacas, existem consultorias que falam em uma produção ultrapassando as 64 milhões de sacas.
Fato é que a safra será maior em relação aos últimos dois anos e segundo Haroldo, apesar da queda nos estoques - que na teoria seria um fundamento de alta para os preços, operadores em Nova York também já entenderam que o Brasil ofertará mais no ciclo atual.
"O mercado segue muito instável e assim continuará pelo menos no curto prazo. O mercado já tinha agregado essa informação e escolhe esperar mais um mês para comprar café mais barato, com o avanço da colheita no Brasil", complementa.
O especialista acrescenta ainda que nas próximas semanas o mercado climático também começará a entrar jogo nas negociações. Com a chegada do inverno, o receio de novas geadas no Brasil pode acentuar essa volatilidade. O produtor, que neste momento foca no avanço da colheita, precisa seguir acompanhando dia após dia para não perder boas oportunidades.
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