Quais são os impactos do El Niño nas áreas de conilon? Confira análises da hEDGEpoint

Publicado em 14/12/2023 12:21
  • Os preços do café estão voláteis à medida que se aproxima o vencimento do contrato de dezembro, influenciados por mudanças nas regras de certificação do arábica na ICE e baixos estoques de destino.
     
  • As preocupações se concentram na safra 24/25 do Brasil, com o clima quente recente impactando a produção de conilon. Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, tem um Índice ONI abaixo dos níveis de 2015, que antecederam uma queda de 30% na produção.
     
  • Apesar do Índice ONI mais baixo, o El Niño traz anomalias mais intensas em novembro de 2023, com temperaturas 9°C mais altas e precipitação 75mm abaixo da média.
     
  • Contrapondo padrões climáticos de 2015 e 2023, as condições de vegetação foram mais negativas em 2015, não apenas em Espírito Santo, mas também em outras regiões produtoras de café.
     
  • Para as próximas semanas, é necessário cautela em relação ao clima: a manutenção de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média pode prejudicar os rendimentos e diminuir o potencial visto até outubro no Espírito Santo.

“Os preços do café têm sido mais voláteis à medida que nos aproximamos do vencimento do contrato de dezembro, em meio a mudanças nas regras de certificação do arábica na ICE e estoques de destino historicamente baixos. As preocupações agora se voltam para a safra 24/25 no Brasil, já que o recente clima quente tem sido atribuído como a causa da queda de chumbinhos nas áreas de café, especialmente para o conilon”, explica Natália Gandolphi, analista de Café da companhia.

“Ao analisar o Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, há alguns pontos a serem considerados. Primeiro, é importante notar que o Índice ONI não atingiu os mesmos níveis vistos em 2015 durante o desenvolvimento– antes da queda de 30% na produção observada (de 15,3 milhões de sacas em 15/16 para 10,7 milhões de sacas em 16/17, considerando que a safra 15/16 já estava fragilizada por problemas climáticos). Normalmente, o fenômeno leva a temperaturas mais quentes e níveis mais baixos de precipitação na região durante os últimos dois meses do ano ”, observa a analista.

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E segue: “Além de outros impactos globais das mudanças climáticas, o fenômeno El Niño trouxe anomalias mais intensas, apesar do índice ONI mais baixo. Comparando novembro de 2023 com a média histórica, as temperaturas máximas têm sido mais altas do que o normal em 9°C (Figura #3), e a precipitação mensal está 75mm abaixo da média (Figura #4) – e os níveis observados também são mais agravantes do que os vistos em 2015”.

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No entanto, há dois pontos a serem considerados em contraste com os padrões climáticos.

i) Condições de vegetação

Em 2015, uma vez que o fenômeno El Niño já estava ativo por um período mais longo, a safra já estava fragilizada, e os níveis de NDVI eram mais negativos na primeira semana de dezembro em comparação com 2023. Isso também é verdade para outras regiões produtoras de café, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Figura #5).

ii) Aumento de área

Dadas as margens de lucro observadas pelos produtores de conilon em 2021, houve um incentivo para a expansão da área na região. As margens foram mais altas naquele ano em comparação com os outros períodos desde 2018 (Figura #6).

Consequentemente, a expansão de área observada desde 2021 (Figura #7) estaria atingindo o potencial médio de produção nos próximos 2-3 anos, destacando o período 24/25 como um ponto-chave no tempo.

 

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Em resumo, os preços do café estão experimentando uma volatilidade aumentada devido à aproximação do vencimento do contrato de dezembro, mudanças nas regras de certificação do arabica ICE e estoques de destino historicamente baixos. As preocupações agora se concentram na safra 24/25 no Brasil, com o clima quente recente afetando áreas de café, especialmente o conilon.

Ao examinar o Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, o Índice ONI não atingiu os níveis de 2015, que antecederam uma queda de 30% na produção. Apesar do Índice ONI mais baixo, o El Niño causou anomalias mais intensas, com temperaturas de novembro de 2023 9°C mais altas e precipitação 75mm menor do que em novembro de 2015.

Contrastando padrões climáticos, as condições de vegetação em 2015 eram mais negativas, e o aumento de área também foi significativo nos últimos anos

Porém, para as próximas semanas, é necessário cautela em relação ao clima: a manutenção de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média pode prejudicar os rendimentos e diminuir o potencial visto até outubro no Espírito Santo.

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Fonte:
hEDGEpoint Global Markets

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