Café/Cepea: Incertezas prevalecem às vésperas do início da tarifa dos EUA
Às vésperas do início da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos brasileiros, o setor cafeeiro nacional segue marcado por incertezas. Segundo pesquisadores do Cepea, os preços domésticos têm acompanhado os movimentos das Bolsas de Nova York e Londres, com oscilações associadas à atuação especulativa de fundos, que vêm ampliando suas posições compradas diante da possibilidade de aumento das cotações, caso a tarifa entre em vigor nesta sexta-feira, 1º. Pesquisadores ressaltam que não há, até o momento, indícios claros de que os valores internos estejam recuando exclusivamente em função da medida tarifária. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de café do Brasil. Em 2024, o País respondeu por aproximadamente 23% do total comprado pelos EUA, em valores monetários, de acordo com estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês). A Colômbia representou cerca de 17% do total das importações norte-americanas, enquanto o Vietnã contribuiu com aproximadamente 4%. Pesquisadores lembram, ainda, que, no segmento do café arábica, em que o Brasil também lidera os embarques aos EUA, a Colômbia, principal concorrente, permanece isenta da nova tarifação. Quanto ao robusta, o Vietnã negocia a aplicação de uma alíquota reduzida de 20%, frente aos 46% inicialmente previstos. Diante da representatividade do Brasil nas importações de café dos EUA, o Cepea avalia que a eventual entrada em vigor da tarifa tende a impactar não apenas a competitividade do café nacional, mas também os preços ao consumidor norte-americano e a formulação dos blends tradicionais, que utilizam os grãos brasileiros como base sensorial e de equilíbrio. O Brasil, por sua vez, pode ser forçado a redirecionar parte de sua produção a outros mercados, exigindo agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional.
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