Preço do café atinge pico em 13 anos em NY
Os contratos com vencimento em dezembro, que ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez) fecharam a US$ 1,9230 por libra-peso, alta de 535 pontos (2,86%) em relação à sexta-feira. Na segunda-feira não houve pregão em razão de um feriado nos EUA.
Cálculos do Valor Data mostram que, com o novo salto, esses futuros de segunda posição passaram a acumular valorizações de 7,76% em setembro, de 39,75% em 2010 e de 54,96% nos últimos 12 meses. Neste ano, o café é o produto que aparece com a maior alta entre as 19 commodities que compõem o índice Reuters/Jefferies CRB.
A conjunção entre magros estoques mundiais e demanda crescente vem oferecendo sustentação às cotações do café há meses, mas o movimento altista foi intensificado com novas previsões de ameaças climáticas às plantações de Brasil e Colômbia, os dois maiores países produtores do planeta, nesta ordem.
Após um período prolongado de estiagem no Brasil, traders nova-iorquinos afirmaram à agência Bloomberg que agora temem chuvas acima do normal em regiões produtoras do país, apesar da ocorrência do fenômeno La Niña, que provoca o efeito contrário.
O excesso de precipitações também foi apontado como fator de preocupação na Colômbia. "Nunca vi, em 14 anos, um mercado tão forte", afirmou Nestor Osorio, diretor-executivo da Organização Internacional de Café (OIC) que está deixando o cargo.
Segundo Osorio, os problemas climáticos podem afetar a qualidade da próxima colheita brasileira. Neste caso, a seca recente em Estados como São Paulo e Minas também influencia negativamente. Outro exportador que enfrentará problemas com a qualidade, segundo Osorio, é o Vietnã. Ao contrário de Brasil e Colômbia, cujo foco exportador está no café arábica, o Vietnã é forte no robusta.
No Vietnã, o problema também são as chuvas, que além da qualidade poderá adiar o início da colheita em um mês.