Café: Mais uma semana de mercado firme e cotações em alta
Tivemos mais uma semana de mercado firme e cotações em alta. Na ICE Futures US, a bolsa de Nova Iorque, os preços do café passaram dos 2,5 dólares por libra-peso em todos os vencimentos e a tendência continua de alta.
Alguns analistas começam a perguntar até onde irá este movimento de alta. Em nossa opinião esta dúvida aparece porque os preços do café foram represados por muitos anos e agora reajustados rapidamente. Partindo de uma base muito baixa, aparentam fôlego para continuar subindo. Não há nenhuma notícia nos fundamentos que pareça indicar o contrário.
O Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor do mundo, está praticamente sem estoque e sua próxima safra será de ciclo baixo e insuficiente para sua necessidade de exportação e consumo. Nossos principais concorrentes enfrentam sérios problemas climáticos e estruturais. Em 2010 batemos nosso recorde histórico de exportação, em volume e receita, e mesmo assim os estoques dos países consumidores continuaram baixos. Os estoques certificados nas principais bolsas de café estão perigosamente baixos e não existem condições dessa situação reverter a curto e médio prazo. O consumo brasileiro em 2010 foi o maior de nossa história e a ABIC- Associação Brasileira da Indústria de Café prevê um crescimento de 5% em 2011.
Aos fundamentos do mercado de café precisamos acrescentar que todas as principais commodities agrícolas e minerais estão subindo e muitas delas mais que o café. Milhares de novos consumidores estão chegando à classe média nos países emergentes, principalmente na China. Querendo consumir os mesmos produtos das classes A e B, tornam impossível qualquer previsão sobre o consumo de matérias primas nos próximos anos.
Portanto, as grandes e rápidas mudanças no cenário econômico e político mundial com a ascensão da China e demais países do BRIC não permitem nenhuma análise mais segura, mas tudo indica que os preços do café deverão continuar firmes por um bom tempo.
O mercado físico brasileiro foi firme e apesar da tensa disputa entre compradores e vendedores os preços sobem um pouco a cada semana. Desde o início de 2011 as cotações dos arábicas de qualidade média a fracos estão subindo, diminuindo aos poucos o enorme diferencial em relação aos de boa qualidade.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café Verde, informou que no último mês de janeiro foram embarcadas 2.724.044 de sacas de 60 kg de café, 9% (232.219 sacas) a mais que no mesmo mês de 2010 e 20% (696.681 sacas) a menos que no último mês de dezembro. Foram 2.464.326 sacas de café arábica e 63.567 sacas de café conillon, totalizando 2.527.893 sacas de café verde, que somadas a 191.511 sacas de solúvel e 4.640 sacas de torrado, totalizaram 2.724.044 sacas de café embarcadas.
Até o dia 10, os embarques de fevereiro estavam em 471.599 sacas de café arábica, 8.520 sacas de café conillon, somando 480.119 sacas de café verde, e 37.475 sacas de solúvel, contra 464.425 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 10, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.035.857 sacas, contra 786.027 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 11, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 265 pontos ou US$ 3,50 (R$ 5,83) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 4, a R$ 552,37/saca e hoje, dia 11, a R$ 555,24/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 365 pontos.
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