Países que restringiram importação de carne teriam pouca alternativa de compra ao Brasil
Desde a deflagração da Operação Carne Fraca, compradores como China, Chile, Egito, Hong Kong, Japão e União Europeia anunciaram restrições à importação de carne brasileira.
Com os anúncios de bloqueios temporários o setor de carnes se preocupa com a possibilidade eminente de déficit na balança comercial. Mas, como grandes compradores, quais alternativas esses mercados teriam para adquirir o volume deixado de comprar do Brasil?.
"Além da qualidade - que já foi certificada inclusive com selo de exportação aos Estados Unidos -, nos temos volume e preço para entregar aos compradores", ressalta o analista da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes.
Esses países representam uma parcela fundamental das vendas externas de proteínas do Brasil. Na carne bovina, por exemplo, Hong Kong, UE, China e Egito exportaram juntos, em 2016, 56,49% do total de 1,4 milhão de toneladas embarcadas no período.
Segundo Lopes, especialmente os grandes players da Ásia buscam carne commodity em grande volume e com preço atrativo. "Por todos esses fatores, pensamos que será difícil encontrarem alternativa de compra no curto prazo", pondera.
Fontes ligadas ao setor afirmam, inclusive, que já há nos bastidores negociação avançada para que a China derrube a barreira para importação de carne bovina nacional.
"Não acreditamos que esses embargos devem permanecer por um longo tempo, mas será preciso controlar e dar explicação aos países para que eles voltem a comprar", acrescenta o analista.
Nesta quarta (21) o Ministério do Desenvolvimento divulgou um parcial dos números de exportação desde que a operação veio a tona. Segundo os dados, as vendas despencaram nesta semana, saindo de uma média diária de US$ 63 milhões para US$ 74 mil.
Segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes) e Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal), as indústrias de proteína animal, que embarca anualmente 262 mil containers para 160 países, gerando uma receita que representa 15% do total das exportações brasileiras.
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