IBGE: Abate de bovinos cai e o de frangos e suínos cresce no 3º trimestre de 2020

Publicado em 10/12/2020 10:33

No 3º trimestre de 2020, foram abatidos 7,69 milhões de cabeças de bovinos, quantidade 9,5% inferior à obtida no 3º trimestre de 2019 e 4,6% acima da registrada no 2º trimestre de 2020. É o resultado mais baixo para um 3º trimestre desde 2016.

Foram abatidos 1,51 bilhão de cabeças de frangos no 3º trimestre de 2020, com altas de 2,8% frente ao mesmo período de 2019 e de 7,0% ante o 2° trimestre de 2020. O desempenho do setor se aproximou do patamar recorde atingido no 1° trimestre de 2020, período anterior ao distanciamento social.

O 3º trimestre registrou o abate de 12,71 milhões de cabeças de suínos, com altas de 8,1% em relação ao mesmo período de 2019 e de 4,5% frente ao 2º trimestre de 2020.

Já a aquisição de leite cru foi de 6,45 bilhões de litros no 3º trimestre de 2020, acréscimos de 2,6% em relação ao 3º trimestre de 2019 e de 10,7% ante o trimestre imediatamente anterior. Foi um resultado recorde, apesar da pandemia de Covid-19.

A produção de ovos de galinha foi de 1,01 bilhão de dúzias no 3º trimestre de 2020, número 3,8% maior que o do 3º trimestre de 2019 e 3,6% superior ao do trimestre imediatamente anterior. Foi um recorde para a série histórica iniciada em 1987.

tabela ibge abates

Abate de bovinos é o menor para um 3° trimestre desde 2016

No 3º trimestre de 2020, foram abatidas 7,69 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 9,5% inferior à obtida no 3° trimestre de 2019 e 4,6% acima da registrada no trimestre imediatamente anterior. Trata-se do menor resultado para um 3º trimestre desde 2016.

Na comparação mensal, agosto apresentou a maior queda em relação à 2019, com menos 12,4% de cabeças abatidas. A restrição da oferta de animais para abate, principalmente de fêmeas, segue desde o início de 2020. Apesar da retração da atividade na comparação anual, nos meses de julho e agosto houve recordes para a exportação de carne bovina in natura.

O abate de 806,62 mil cabeças de bovinos a menos no 3º trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por reduções em 22 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1,0%, as reduções mais significativas ocorreram em Mato Grosso (-116,44 mil cabeças), Minas Gerais (-95,79 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-89,00 mil cabeças), Rondônia (-78,33 mil cabeças), Bahia (-72,51 mil cabeças), Pará (-69,52 mil cabeças), São Paulo (-68,51 mil cabeças), Tocantins (-54,24 mil cabeças), Goiás (-50,47 mil cabeças) e Maranhão (-46,19 mil cabeças). Por outro lado, as maiores variações positivas ocorreram em Santa Catarina (+21,46 mil cabeças) e Rio Grande do Sul (+4,55 mil cabeças).

Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 18,4% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (11,1%) e São Paulo (10,5%).

Com altas nas exportações, abate de suínos é recorde

Foram abatidas 12,71 milhões de cabeças de suínos no 3º trimestre de 2020, o que representa aumentos de 8,1% em relação ao mesmo período de 2019 e de 4,5% na comparação com o 2° trimestre de 2020. Esse resultado é recorde para a série histórica iniciada em 1997, com destaque para os meses de julho e agosto que registraram os maiores níveis da atividade.

Os meses mais frios do ano geralmente coincidem com o aumento do abate dessa espécie, impulsionado pelo aumento do consumo interno. Além disso, o desempenho recorde das exportações de carne suína no período também contribuiu com o resultado do setor.

O abate de 956,86 mil cabeças de suínos a mais no 3º trimestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumento no abate em 13 das 25 Unidades da Federação participantes da pesquisa.

Entre os estados com participação acima de 1,0%, ocorreram aumentos em Santa Catarina (+543,42 mil cabeças), Paraná (+254,73 mil cabeças), Minas Gerais (+61,07 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+52,75 mil cabeças), Rio Grande do Sul (+20,91 mil cabeças), Mato Grosso (+19,75 mil cabeças) e São Paulo (+6,07 mil cabeças). Em contrapartida, a principal queda ocorreu em Goiás (-4,61 mil cabeças).

Santa Catarina continuou liderando o abate de suínos, com 29,3% da participação nacional, seguido por Paraná (20,4%) e Rio Grande do Sul (16,8%).

Abate de frangos cresce e se aproxima do patamar anterior ao isolamento social

No 3º trimestre de 2020, foram abatidas 1,51 bilhão de cabeças de frangos, aumento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2019 e incremento de 7,0% na comparação com o 2° trimestre de 2020. No comparativo mensal foi registrado o melhor mês de julho de toda a série histórica, que começa em 1997. O desempenho do setor se aproximou do patamar recorde atingido no 1° trimestre de 2020, período em que os efeitos da pandemia ainda estavam no início.

O abate de 41,08 milhões de cabeças de frangos a mais no 3º trimestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi determinado por aumento no abate em 17 das 25 Unidades da Federação que participaram da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1,0%, ocorreram acréscimos no Paraná (+19,68 milhões de cabeças), Goiás (+9,69 milhões de cabeças), Rio Grande do Sul (+5,61 milhões de cabeças), Mato Grosso do Sul (+4,48 milhões de cabeças), São Paulo (+3,63 milhões de cabeças), Minas Gerais (+3,05 milhões de cabeças), Pernambuco (+1,42 milhão de cabeças) e Bahia (+737,92 mil cabeças). Já as quedas foram registradas em Santa Catarina (-5,60 milhões de cabeças), Mato Grosso (-2,47 milhões de cabeças) e Pará (-1,99 milhões de cabeças).

No ranking das UFs, Paraná continua liderando amplamente o abate de frangos, com 32,9% da participação nacional, seguido por Rio Grande Sul (14,0%) e Santa Catarina (13,5%).

Apesar dos impactos da pandemia, aquisição de leite é recorde no 3º tri

A aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) foi de 6,45 bilhões de litros no 3º trimestre de 2020, o que significa aumento de 2,6% em relação ao 3° trimestre de 2019, e alta de 10,7% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

Apesar dos impactos econômicos causados pela pandemia do Covid-19, esse resultado é recorde para um 3º trimestre, na série histórica iniciada em 1997. A produção de leite tem comportamento cíclico, em que os 3º trimestres apresentam incremento em relação ao período precedente, com o início da safra nas principais bacias leiteiras. O mês de maior captação dentro do período foi agosto, com 2,18 bilhões de litros de leite.

Frente ao mesmo período em 2019, o acréscimo de 163,81 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente de aumentos em 10 das 26 Unidades da Federação participantes da Pesquisa Trimestral do Leite.

Os aumentos mais significativos ocorreram no Paraná (+73,72 milhões de litros), Minas Gerais (+66,89 milhões de litros), Santa Catarina (+28,28 milhões de litros) e Bahia (+22,75 milhões de litros). Por outro lado, as reduções mais relevantes ocorreram em Goiás (-27,32 milhões de litros), Espírito Santo (-7,9 milhões de litros) e Mato Grosso (-5,77 milhões de litros).

Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,1% da captação nacional, seguido por Paraná (14,7%) e Rio Grande do Sul (13,8%).

Aquisição de couro recua 4,6% com menor oferta de animais para o abate

No 3º trimestre de 2020, os curtumes declararam ter recebido 8,19 milhões de peças de couro bovino, uma redução de 4,6% em relação ao adquirido no 3° trimestre de 2019 e alta de 11,9% frente ao 2° trimestre de 2020. A redução de oferta de animais para o abate, em comparação ao período equivalente do ano passado, também impactou a aquisição de matéria-prima pelos curtumes.

O mês de maior aquisição foi julho, quando foram registradas 2,84 milhões de peças. Cabe lembrar que a Pesquisa Trimestral do Couro investiga apenas os curtumes que efetuam curtimento de pelo menos 5 mil unidades inteiras de couro cru bovino por ano.

O comparativo entre os 3os trimestres de 2019 e 2020 mostra uma variação negativa de 392,62 mil peças adquiridas pelos estabelecimentos, proveniente da redução em 14 das 19 Unidades da Federação que possuem curtumes elegíveis pelo universo da pesquisa.

As variações negativas mais expressivas ocorreram em São Paulo (-154,32 mil peças), Pará
(-107,13 mil peças) e Mato Grosso do Sul (-69,56 mil peças). Já o Paraná apresentou a maior variação positiva (+126,04 mil peças).

Mato Grosso continua na liderança das Unidades da Federação que recebem peças de couro cru para processamento, com 17,4% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (13,3%) e São Paulo (11,1%).

Com alta nos preços das carnes, produção de ovos de galinha é recorde em 33 anos

A produção de ovos de galinha foi de 1,01 bilhão de dúzias no 3º trimestre de 2020, número 3,8% maior que o registrado no 3º trimestre de 2019 e 3,6% acima do que o apurado no trimestre imediatamente anterior. É um recorde na série histórica iniciada em 1987.

O pico da produção dentro do 3º trimestre de 2020, ocorreu em agosto, quando foram contabilizadas 338,76 milhões de dúzias, 3,3% acima da produção do mês equivalente de 2019. A alta no preço das carnes, registrado ao longo do terceiro trimestre, tende a fomentar o consumo de ovos de galinha, por se tratar de uma fonte de proteína mais acessível.

A produção de 37,45 milhões de dúzias de ovos a mais, em nível nacional, no comparativo dos 3os trimestres de 2020 e 2019, foi impulsionada por aumentos em 20 das 26 UFs com granjas enquadradas no universo da pesquisa.

Os maiores aumentos ocorreram em São Paulo (+10,36 milhões de dúzias), Santa Catarina (+5,20 milhões de dúzias), Bahia (+3,66 milhões de dúzias), Mato Grosso (+3,65 milhões de dúzias), Amazonas (+3,38 milhões de dúzias) e Mato Grosso do Sul (+3,34 milhões de dúzias). As quedas mais intensas ocorreram em Goiás (-3,43 milhões de dúzias) e Rio de Janeiro (-1,69 milhões de dúzias).

O estado de São Paulo se manteve como maior produtor de ovos, com 29,0% da produção nacional, seguido por Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo, todos com participações de 9,0% na produção do país.

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Fonte:
IBGE

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