UE alega concorrência menor para cortar em 50% subsídios à carne

Publicado em 28/09/2010 08:04
A União Europeia reduziu em 50% os subsídios destinados às exportações de carne bovina do bloco em boa parte porque constatou que a concorrência do Brasil e dos demais países do Mercosul diminuiu por causa de custos mais altos dos seus produtores.

A explicação foi dada por fontes europeias, em Bruxelas, que insistiram que o Brasil dificilmente terá alguma vantagem comercial em razão da decisão que entrou em vigor na sexta-feira. Um porta-voz agrícola da UE disse que o corte dos subsídios à exportação é resultado "do recente comportamento da cotação internacional [da carne bovina], da taxa de câmbio e dos preços na Europa". Atualmente, os subsídios europeus são 80% menores do que eram em 2003.

"A UE aplicou um parâmetro matemático", completou Jean-Luc Meriaux, secretário-geral de Comércio de Gado e Carne da União Europeia . "Isso inclui a constatação de preços mais altos no Brasil, Argentina, Uruguai". E contestou informações de que algum frigorífico brasileiro em particular possa ser especialmente beneficiado pela medida.

"Do ponto de vista político, a decisão da UE é importante, mas do ponto de vista comercial a situação tem mais nuances", afirmou. Meriaux exemplificou que a UE exporta 250 mil toneladas de carne bovina em média, e que metade desse volume já não recebe subsídios. Na verdade, disse, os produtores da UE, inclusive graças ao euro fraco e ao real forte, estão é ocupando novos mercados.

Ele também exemplificou que a UE já elevou em 30% as exportações no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009. E que o bloco conquistou mercados para a venda de animais vivos, como Líbano e Turquia, "sem subsídios". O euro fraco, que baixa o custo dos produtos europeus, está ajudando enormemente a retomada das exportações. A UE tem como principais clientes a Rússia, a Suíço, países da ex-Iugoslávia e a África.

Enquanto estima que vende mais, a UE está importando praticamente o mesmo volume originário do Brasil - cerca de 84 mil toneladas no primeiro semestre. "Mas isso já é importante, considerando o custo mais alto da carne brasileira".

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Fonte:
Valor Econômico

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