Acordo UE-Canadá em carne bovina prejudica Mercosul

Publicado em 22/03/2011 08:22
A União Europeia (UE) fez um acordo com o Canadá garantindo acesso adicional para a carne bovina canadense, por meio de uma cota que exclui o produto exportado pelo Brasil e outros parceiros.

Por um acordo assinado em Bruxelas, a UE estendeu uma cota com tarifa zero para a importação de mais 1.500 toneladas de carne bovina de alta qualidade canadense até agosto de 2012. O volume será ampliado para 3.200 toneladas até 2013. Em contrapartida, o Canadá não vai mais retaliar produtos europeus no valor de US$ 11 milhões, através de elevação de tarifas, como autorizara a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em maio de 2009, os EUA conseguiram aumento de cota de 20 mil toneladas por três anos, seguido de elevação para 45 mil toneladas no quarto ano, também na barganha com os europeus.

A definição de "carne de alta qualidade" foi feita de tal modo que a cota de importação só poderá ser preenchida pelos americanos e canadenses. No passado, alguns negociadores chegaram a mencionar que o caso poderia ser contestado na OMC, mas isso nunca ocorreu.

O acordo foi feito para pôr fim à briga - iniciada em 1996 - provocada pela decisão europeia de bloquear a entrada de carne bovina canadense, sob alegação de que o produto tinha hormônio e não era compatível com o padrão europeu.

Em 2008, a OMC decidiu que a UE violara as regras internacionais de comércio ao proibir a carne com hormônio do Canadá e dos EUA. O acerto com o Canadá sai num momento em que o bloco negocia acordo de livre comércio com o país. Nesse cenário, quem perde são os produtores do Mercosul. Ainda mais que o acordo de comércio Mercosul-UE está longe de ser concluído e é grande a oposição na Europa ao produto do Cone Sul.

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Fonte:
Valor Econômico

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