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Apesar das últimas chuvas, umidade do solo ainda é baixa e desfavorável ao plantio em boa parte do país, alerta especialista

Publicado em 20/10/2020 11:02 e atualizado em 20/10/2020 13:08
Para uma boa condição de plantio, é necessário que o solo tenha pelo menos 60% de água disponível

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Apesar das chuvas registradas nos últimos dias em partes do Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, as chuvas continuam irregulares e apenas produtores no noroeste do Mato Grosso, centro do Mato Grosso do Sul, leste de Goiás e sul de São Paulo já tem condição positiva para semeadura da soja.  "É possível observar que para grande parte da região Centro-Oeste a condição de balanço ainda é predominantemente desfavorável para o plantio, apenas com algumas exceções", afirma a Agrymet.

A análise feita por Paulo Sentelhas, CTO da Agrymet e professor da Esalq/USP, mostra ainda que as chuvas levaram alívio apenas para o produtor de café da região central de Minas Gerais, e com exceção do sul do Paraná, as demais regiões do sul continuam enfrentando problemas com intenso déficit hídrico. 

O especialista explica que para ter uma boa condição de plantio, é necessário que o solo tenha pelo menos 60% de água disponível. Com base nesses números, os mapas da Agrymet mostram condições de plantio para o noroeste do Mato Grosso, onde o acumulado já está acima de 80%. No centro do Mato Grosso do Sul a disponibilidade de água, até segunda-feira (19), era de 60%. No leste do Goiás, os números também ficam entre 60 e 80 %, mesma condição observada no sul de São Paulo. Já no sul do Paraná, os volumes indicam 60% de armazenamento. 

Para as demais regiões, os volumes não ultrapassam os 20%. "Nós recomendamos o plantio quando há pelo menos 60% de de armazenamento. Menos que isso o produtor corre um grande risco de precisar fazer o replantio. Quando os volumes estão entre 40 e 60%, o produtor só deve fazer o plantio se tiver a certeza de novas chuvas", afirma o especialista. 

Os modelos meteorológicos, segundo Sentelhas, continuam indicando o retorno de chuvas mais regulares entre a última semana de outubro e primeira semana de novembro. "Temos a perspectiva de novas chuvas no final deste mês. As perspectivas são boas, mas apenas para o Brasil Central", comenta. Paulo destaca ainda que as chuvas previstas precisam se confirmar para não prejudicar a janela do milho safrinha em todo o Centro-Oeste. 

Para o sul do Brasil, as condições continuam críticas nos três estados, com exceção do sul do Paraná. "A situação está muito difícil para o milho no Rio Grande do Sul e uma perspectiva muito ruim para a soja", afirma Sentelhas. O mapa da Agryment mostra armazenamento entre 10 e 20 % no norte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e centro-norte do Paraná. 

Diferente do Brasil Central, os modelos não indicam chuvas expressivas para a região no mês de novembro. Paulo afirma que os mapas mostram sim a possibilidade de precipitação, mas ainda de maneira muito irregular. Vale lembrar que em um ano de La Niña a tendência é de uma diminuição drástica nos volumes de chuvas para a região sul do Brasil. 

Veja o mapa  de Armazenamento Relativo de Água no Solo:

Armazenamento - Agrymet - 2010
Fonte: Agrymet

 

Para os próximos dias, os modelos de previsão seguem indicando condição de pancadas de chuvas para o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. De acordo com o modelo Cosmo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nas próximas 24 horas, há condição de chuvas para o noroeste e sul do Mato Grosso, leste do Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e centro-norte do Paraná.

"A maioria das áreas do Brasil tem tempo instável nesta terça-feira (20)  com grande condições para chuva. É um dia com risco de chuva forte em muitas regiões do paísA maioria das áreas do Brasil tem tempo instável nesta terça-feira, 20 de outubro,  com grande condições para chuva. É um dia com risco de chuva forte em muitas regiões do país", complementa a Climatempo. 

Ainda segundo a previsão, no centro-norte e leste de Mato Grosso, no norte Goiás, no norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, as pancadas de chuva devem ocorrer só a partir da tarde.

Veja a previsão de precipitação para as próximas 93 horas: 

93 horas - Inmet - 2010
Fonte: Inmet 

A atualização do modelo GFS, divulgada nesta terça-feira (20), continua indicando os maiores volumes de chuvas para Minas Gerais até 28 de outubro. Segundo o NOAA, os acumulados podem ficar acima dos 100 mm na próxima semana. O modelo também segue indicando chuvas para o Centro-Oeste, com volumes entre 40 e 50 mm. Para o sul do país, segundo o NOAA, os acumulados podem ficar entre 20 e 40 mm. 

Já para o período entre 28 de outubro e 5 de novembro, o NOAA já mostra uma redução dos volumes para  parte do sul do Brasil. Em contrapartida, o modelo aponta para chuvas com maiores volumes em todo o Centro-Oeste, onde os acumulados podem chegar a 100 mm. 

Veja o mapa de previsão estendida para todo o Brasil:  

NOAA - 2010
Fonte: NOAA 

 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Há dias atras, ouvindo um especialista do climatempo (mas tanto faz o instituto), postei que poderia induzir a erro os palpites furados dos tais..., pois dito e feito, infelizmente muitos deverao replantar, ou seja é muito especialista pra pouca chuva. É preciso ter seguranca em nossas acoes, pois, nesse caso de achismo, tanto faz se a saracura, sapo, rá, mudança de lua e tantas outras coisas...

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Sr ELTON SANTOS, na minha opinião, não é nem questão de sucessivos erros de previsão..

      Observando a linha do tempo, há que se reconhecer que as previsões, como parte das ciências que auxiliam o homem na superação dos desafios, tem até conseguido melhoras significativas..., consequência, principalmente, do melhor aparato tecnológico.

      Creio que o principal em toda essa discussão está no MODO DE COMUNICAÇÃO... Há alarde e equívocos na divulgação e interpretação das informações e, aqui em específico, nunca podemos esquecer que PREVISÃO NÃO TRAZ NENHUMA GARANTIA da ocorrência do evento CHUVA.

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