NOAA revisa dados de La Niña e prevê possível transição para El Niño no segundo semestre
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Em sua atualização mais recente, a NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos) divulgou novos dados sobre a evolução do fenômeno El Niño–Oscilação Sul (ENSO), que representa o resfriamento ou aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Quando as águas estão mais quentes, ocorre o El Niño e, quando mais frias, o La Niña.
Ao longo de 2025, boa parte do ano permaneceu sob neutralidade climática, ou seja, sem grandes desvios de temperatura oceânica. No entanto, os modelos mais recentes apontam para a consolidação de um La Niña fraco entre o último trimestre de 2025 e o início de 2026, cenário reforçado pela revisão publicada pela NOAA em dezembro.
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“Chamamos esses fenômenos de padrões de teleconexão, pois, embora ocorram nos oceanos, são intensos e persistentes o suficiente para alterar os padrões climáticos em escala global. No entanto, para que sejam oficialmente reconhecidos, é necessário que o comportamento se mantenha por, ao menos, cinco meses móveis”, explicou Bárbara Sentelhas, CEO e cofundadora da Agrymet, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Segundo a especialista, os dados atuais mostram que o Pacífico está significativamente mais frio do que o normal, o que confirma a atuação de um La Niña fraco neste início de safra. A expectativa é que, a partir de janeiro, haja uma transição gradual para a neutralidade, com possível tendência de aquecimento que poderia dar início a um novo ciclo de El Niño no segundo semestre. “O Pacífico está mais frio, mas o resfriamento parece ter atingido seu ápice entre dezembro e fevereiro. Caso as temperaturas comecem a subir, poderemos ver uma transição rápida para neutralidade e, em seguida, um novo El Niño”, destacou Bárbara.
Com base nesse comportamento, a meteorologista alerta para possíveis impactos regionais nos próximos meses. “Se em janeiro e fevereiro ainda estivermos com anomalias negativas, o Centro-Sul do Brasil pode registrar corte antecipado das chuvas e ocorrência de veranicos, períodos curtos de estiagem dentro da estação chuvosa. Isso é típico de condições associadas ao La Niña, especialmente em regiões mais suscetíveis, como o oeste de São Paulo, sul de Goiás e parte do Mato Grosso do Sul.”
Já para o inverno de 2025, Bárbara aponta que uma mudança para El Niño pode resultar em temperaturas mais elevadas e menor rigor climático. “Essa transição é uma situação que precisamos acompanhar de perto. No entanto, com um possível El Niño, teremos um inverno menos rigoroso, o que pode afetar culturas que necessitam de horas de frio, como trigo, cevada e oliveiras”, alerta.
A especialista também traça cenários preliminares para a safra 2026/27 caso o El Niño se consolide. “Se as temperaturas do Pacífico continuarem subindo e entrarmos em uma condição de El Niño até o final de 2026, poderemos ter redução das precipitações no Norte e Nordeste, além de excesso hídrico no Sul, com aumento na pressão de doenças fúngicas e pragas”.
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