CE enfrente problemas com a estiagem e sofre quebra na safra de grãos
O agricultor Adauto da Silva, de 72 anos, ainda mantém a rotina de ir para a roça. Mas nos dois hectares de terra onde plantou milho e feijão já não há mais o que ser feito.
"Fico assim meio triste, mas o jeito é me conformar com a vontade de Deus. Não posso fazer nada", lamentou seu Adauto.
A situação da roça do seu Adauto demonstra bem toda irregularidade do período de chuva este ano no Ceará. No fim de março, quando ele plantou, choveu um pouco. Em abril também. Por isso, a plantação até cresceu. Mas em maio, no período de floração e frutificação, faltou água. Por isso, as espigas pararam de se desenvolveram. Do jeito que estão, nem adianta chover. Foi tudo perdido.
De janeiro pra cá, o volume de chuva no Ceará foi 45% abaixo da média histórica, o que comprometeu lavouras em quase todas as regiões. Este ano, a safra já é 46% menor.
“O maior impacto é na questão do milho, que responde hoje por 62% dos grãos do Ceará. Com 79% de perda no milho, essa é realmente a cultura que realmente gera o maior impacto”, avaliou Walmir Severo, diretor técnico da Ematerce.
Nesta época, o agricultor Valdeni de Almeida esperava colher milho e feijão. Mas não produziu nada. Ele olhava a plantação com tristeza. "Em ano assim sempre a gente passa apertado, mas é isso mesmo. É esperar agora para o próximo ano", falou.