Estiagem prejudica lavouras de inverno em Campo Mourão/PR

Publicado em 09/07/2010 07:58
O tempo seco e as altas temperaturas que persistem desde o início de junho, já estão comprometendo as lavouras de inverno na região de Campo Mourão. Os cereais mais prejudicados são os trigo e aveia. Ontem (8), segundo o Instituto Tecnológico Simepar, completou 34 dias sem chuva. Muitos produtores rurais já começam a colocar os prejuízos em decorrência da estiagem prolongada na ponta da caneta.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Gilberto Guarido, os plantios feitos fora do zoneamento agrícola são os mais prejudicados. Ele revela que em sua área de atuação, pelo menos metade das lavouras está sofrendo com a falta de água. “Os agricultores estão ansiosos esperando por chuva”, diz.

Guarido comenta que, as lavouras plantadas de acordo com o zoneamento – em meados de abril-, já estão em fase de frutificação. Essas são as que menos estão sofrendo. Já os plantios feitos fora deste período- ainda em fase de formação-, são os mais prejudicados. O agrônomo acredita que se chover nos próximos dias, alguns prejuízos ainda podem ser revertidos. “De uma forma geral as lavouras de inverno não exigem muita água, mas neste caso a seca já está demais”, completa.

Os agricultores temem que esta estiagem seja um prenúncio da ocorrida em 2003, quando o Paraná teve o período de inverno como um dos mais secos dos últimos anos, segundo o Simepar. Na propriedade do produtor rural, Gabriel Jort, o trigo está começando a cachear e já está sentindo o efeito da seca.

Conforme ele, a ocorrência de chuva seria benéfica para formação das espigas. Já parte dos seus 38 alqueires de aveia está ainda em fase de germinação, e se a seca persistir poderá até perder a lavoura. “A aveia está sofrendo e precisa de no mínimo oito a dez milímetros de chuva para germinar”, observa.

O agricultor explica que a falta de chuva e a germinação tardia, deixa a lavoura mais suscetível a pragas. “Estou ansioso esperando uma chuvinha. A última que caiu foi no início de junho, mas foi muito fraca. Chegou no máximo a cinco milímetros e foi isolada, pegou só uma parte da região”, lamenta.

Jort teme que a estiagem se prolongue. Ele recorda de anos anteriores em que chegou a passar mais de dois meses sem a incidência de chuvas. “Se não chover logo a situação começa a preocupar ainda mais. Já tivemos ano que passou julho e agosto sem chuva e só foi chover quase na metade de setembro”, diz.

Quem também está preocupado com a situação é o agricultor Francisco Alfredo Wurths Schreiner. Desde que plantou os 45 alqueires de trigo, a lavoura recebeu chuva apenas por uma vez, no início de junho. “A única chuva que minha lavoura recebeu foi cerca de oito milímetros de água logo que terminei o plantio. Desde então não choveu mais”, preocupa se.

Schreiner destaca que sua plantação está em fase de formação e que os danos serão irreversíveis. Segundo ele, as altas temperaturas registradas nos últimos dias e falta de umidade no solo é o que mais tem, comprometido o desenvolvimento do trigo. “O tempo está muito quente para lavouras de inverno. A esperança é que a chuva venha logo para os prejuízos não aumentarem ainda mais”, espera.

Previsão

Pelo menos nesta semana, conforme o Simepar, a chuva ainda não chegará na região. De acordo com o meteorologista, Samuel Braum, a entrada de uma massa de ar frio no Paraná deverá trazer chuvas somente entre segunda e terça feira. As temperaturas permanecerão elevadas. Braum explica que um bloqueio atmosférico formado por uma massa de ar quente está causando a seca. “Até tivemos a passagem de uma massa de ar frio em parte do Paraná, mas não passou na região de Campo Mourão”, diz.

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Fonte:
Tribuna do Interior

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