Previsão climática deixa produtores pernambucanos de cana em alerta

Publicado em 07/12/2010 11:05
Cerca de 2 mil pequenos e médios produtores de cana de açúcar da Mata Norte do Estado de Pernambuco, que tiveram perdas financeiras na ordem de R$ 60 milhões em decorrência da estiagem deste ano, estão preocupados com o cenário climático de 2011. A previsão de clima dos primeiros meses do próximo ano será abordada durante evento promovido pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). O prognóstico será apresentado pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe/Itep).

A palestra-reunião, que será realizada nesta quinta-feira (9), das 8h30 às 12h, acontece no município de Vicência, no restaurante A Fazenda. De acordo com o vice-presidente da AFCP, Paulo Guedes, é preciso se preparar para evitar a repetição de prejuízos futuros por conta da seca. “A previsão climática é um instrumento fundamental para colaborar no planejamento do setor sucroenergético”, afirma.

A cana atrofia se não receber água e umidade na medida ideal para o pleno desenvolvimento. “Infelizmente, foi o que aconteceu este ano, principalmente entre os meses de fevereiro e maio”, conta Guedes. Ele lembra que os índices pluviométricos ficaram 50%, em média, abaixo do esperado para o período. “Choveu apenas 302 milímetros, quando a média histórica da Mata Norte é de 602”, ressalta. O baixo volume provocou perdas de 30% na produção da matéria prima na microrregião, que normalmente é responsável pela produção de 7,6 milhões de toneladas de cana por safra.

“Espero que a previsão climática seja favorável para o desenvolvimento da cultura”, comenta Guedes. Ele informa que recorrer para a meteorologia é apenas uma das ações planejadas pelo setor, a fim de prevenir situações de crise geradas pela escassez de chuva - cenário que vem ocorrendo nos últimos 15 anos. Novas ações já estão compondo o diálogo entre a AFCP e entidades do Governo estadual.

“Sem as ações do Governo do Estado, no passado, muitos fornecedores da Mata Norte não conseguiriam permanecer no ramo, o que provocaria impacto sócio-econômico significativo na microrregião”, lembra Guedes. Em alguns momentos de crise intensa, o Governo do Estado promoveu ações para mitigar os prejuízos, as quais foram fundamentais para dar uma sobrevida, principalmente, aos pequenos e médios fornecedores que são responsáveis pela contratação de um considerável contingente de trabalhadores rurais.

“O setor tem sofrido quedas seguidas, principalmente por causa das mudanças climáticas, que vêm alterando significativamente a ocorrência de chuvas, conforme se viu este ano, quando tivemos excesso na Mata Sul e falta na Mata Norte”, destacou Guedes, informando que a AFCP já está levando para o Governo do Estado algumas alternativas para reduzir essa curva descendente de produção.

Ele ressalta que o setor sucroenergético faz parte das raízes pernambucanas, de sua economia, de sua cultura e da vida de muitas famílias, que vivem direta ou indiretamente da cana-de-açúcar. “Portanto, temos que tomar ações práticas e rápidas, no sentido de iniciar uma reação rumo à retomada do crescimento deste setor que é parte da história de Pernambuco”, enfatiza Guedes.

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AFCP

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