Avaliação de linhagens de feijão-caupi no Amapá

Publicado em 26/09/2017 11:41

A demanda por cultivares de feijão-caupi de porte prostrado tem sido mais comum por parte dos pequenos agricultores. Cultivares com esse tipo de porte apresenta maior vigor e se adaptam melhor a ambientes desfavoráveis, relativamente às cultivares de porte ereto. Segundo Freire Filho et al. (2009), para atender as demandas atuais e futuras, um dos objetivos do melhoramento em curto prazo é desenvolver cultivares de porte semiprostrado com alto potencial produtivo, com arquitetura moderna, adequadas à agricultura familiar.

A cultivar BR-3 Tracuateua é um bom exemplo de cultivar de porte prostrado bastante aceita pelos agricultores e pelo comércio, devido ao tamanho do grão e sua alta adaptabilidade ao Estado do Pará. Para o Estado do Amapá, a cultivar de porte semiereto tipo 2 registrada como Amapá, apresenta grande aceitação local, além de bom comportamento produtivo em outros estados da região Norte, como Roraima (BRS-MAZAGÃO, 2006). Porém, segundo Vilarinho et. al. (2006 citado por ROCHA et al, 2009) estudos identificando linhagens de porte prostrado a semiprostrado com ampla adaptabilidade às condições ambientais da região Norte são escassos na literatura.

No Estado do Amapá, o interesse pelo cultivo do feijão-caupi vêm crescendo nos últimos cinco anos, o que poderá estar relacionado a recomendação pela Embrapa de novas cultivares e a boa divulgação da importância da cultura para a agricultura familiar. A preferência local é por materiais com sementes de cor 1 branca, independente dos seus tamanhos.

As linhagens semiprostradas e prostradas avaliadas na safra 2011/2012, compõem o Ensaio de Valor de Cultivo e Uso, que é coordenado pela Embrapa Meio-Norte e tem como objetivo final identificar linhagens altamente produtivas, bem adaptadas e com boa aceitação comercial para serem lançadas no mercado.

Apesar de não se dispor de dados pluviométricos do município, durante a condução do experimento foi observado a regular distribuição de chuvas, o que contribuiu para bom desenvolvimento das linhagens. A análise de variância mostrou diferença significativa pelo teste de Tukey (p< 0,05) para as características avaliadas.

No início do florescimento foi observado sintomas médios do ataque da ferrugem nas linhagens MNC02- 675F-5 e MNC01-649F-1-3. Também, determinados materiais sofreram moderados ataques de “vaquinha” [Diabrotica speciosa (Germar, 1834) e Cerotoma arcuata (Oliver, 1791)], sendo necessário uma aplicação de 2 inseticida específico em toda área experimental.

O período de floração média do experimento foi de 47,6 dias, sendo a amplitude de 43,7 a 51,2 dias para as linhagens MNC01-649F-1-3 e MNC02-677F-2, respectivamente.

O comprimento médio de vagem apresentou interação significativa, onde o intervalo ficou entre 16,0 cm para a linhagem BRS-Juruá a 21,6 cm para MNC02-677F-2, com média geral de 19, 6 cm. Os resultados se assemelham aos obtidos por Ceccon et al. (2009) em Dourados (MS), que na avaliação de vinte linhagens prostradas, obtiveram amplitude entre 12,2 cm (BRS Marataoã) a 19,2 cm (BRS Paraguassu), com média do experimento de 17,0 cm. No Estado do Amapá, esta característica deve ser vista como importante, haja vista, que nas feiras livres locais, começa a emergir mercado de feijão-caupi na forma de grãos verdes. Neste contexto, a preferência do consumidor local é por materiais com vagens de maiores comprimentos e fácil destacamento manual de grãos. 

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Fonte:
Embrapa

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