Suínos: Certificação de novos frigoríficos para exportação para Rússia não têm grande impacto no setor

Publicado em 24/09/2014 10:28 e atualizado em 24/09/2014 11:33

A liberação de novos frigoríficos por parte do mercado russo para a exportação de suínos ao país ainda não é um fator de grande impacto na suinocultura brasileira. Uma vez que os produtores continuam trabalhando com níveis de produção moderados, são poucos os animais excedentes a serem exportados a mais para o mercado.

De acordo com Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), a Rússia cria um cenário favorável para novos negócios, mas os frigoríficos do estado já possuem seus clientes fixos. As exportações do estado, segundo o presidente, estão em níveis normais. Algum excedente até é exportado para o mercado russo, mas os suinocultores precisam de preparo e de segurança para negociar junto a um mercado instável.

Os suinocultores brasileiros trabalham com uma produção ajustada à demanda já existente como forma de manter sob controle os preços pagos ao produtor. Em 2012, o excesso de produção fez com que o setor enfrentasse uma das suas maiores crises.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, aponta que já foi observado um aumento na exportação de frango, mas a carne suína, como não é destinada ao país como forma de produto, se comporta de forma mais tímida. "Não tem produção para aumentar", reforça.

As certificações para os frigoríficos liberados já estão em andamento, mas Turra lembra que a suinocultura precisa de um tempo maior para se adaptar às novas aberturas. "Tem que haver toda uma jornada de negociação".

O embargo russo às importações agrícolas e de carnes provenientes dos Estados Unidos, União Europeia, Noruega, Japão, Canadá e Austrália foi anunciado no último dia 7 de agosto, o que trouxe um novo ânimo para o mercado de proteína animal a partir do interesse do país em negociar com o Brasil.

O controle da oferta em relação à demanda existente vem oferecendo bons preços pagos ao produtor brasileiro. No entanto, apesar da baixa oferta de suíno vivo para abate, frigoríficos pressionam os valores pagos ao produtor ao final do mês em razão do desaquecimento da demanda típico da segunda quinzena de mês, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP (Cepea).

Em reunião entre representantes dos governos russo e brasileiro, os russos também sinalizaram sobre uma necessidade de reduzir os preços dos produtos importados. A declaração foi feita pelo chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert.

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Tags:
Por:
Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Russos agem como russos. A perspectiva de aumento das exportações de carne suina para o mercado russo em decorrência de embargos contra europeus e norteamericanos, aparentemente é uma boa oportunidade todavia eles tem suas pecualiaridades. Venda somente os excedentes... O histórico é algo muito importante no estabelecimento de confiança "mútua"...

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