Suplementação mineral e mão de obra puxam alta dos custos de produção do leite em 2014

Publicado em 14/10/2014 12:05

Os produtores de leite gastaram mais com a suplementação mineral de seus rebanhos e a contratação de mão de obra em 2014. Estes dois itens foram os que mais subiram entre as despesas que compõem os custos de produção, com altas de 8,15% e 7,91%, respectivamente, nos primeiros oito meses do ano. A alta decorre de fatores como a seca prolongada, a subida do câmbio e o reajuste do salário mínimo.

Foi o que apontou o boletim Ativos da Pecuária de Leite, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o estudo, estes dois grupos foram os que mais contribuíram para a alta de 2,28% do Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba os gastos do dia a dia nas propriedades.

O estudo mostra que, além da seca prolongada, que puxou o aumento da demanda pelos sais minerais, principalmente os proteinados, a taxa de câmbio também sustentou a alta de matérias-primas utilizadas na fabricação deste insumo, como o fosfato bicálcico, uma vez que grande parte desta substância é importada e suas cotações variam de acordo com o comportamento do dólar.

Em relação à mão de obra, a alta no ano é justificada pelo aumento do salário mínimo, não apenas em âmbito nacional, mas também em estados onde o piso supera o valor definido na esfera federal. “Este grupo merece destaque, pois anualmente sofre este reajuste e o peso que possui nos custos da pecuária de leite é bastante significativo, influenciando diretamente na rentabilidade do produtor”, explica o boletim.

A mão de obra responde por 15,62% do COE, ficando atrás apenas dos concentrados, que representam 42% do COE, mas que este ano tiveram aumento em menor ritmo, com variação de 1,63% em 2014. A suplementação mineral, apesar de registrar a maior alta nos custos de produção, tem peso de apenas 3,1% no COE.

Desafios – De acordo com análise da CNA e do Cepea, um dos principais desafios do setor leiteiro é o aumento de produtividade, o que poderia contribuir para a redução dos custos com a mão de obra. “No Brasil, na maioria dos casos, a pecuária leiteira ainda é praticada com baixa tecnificação. Com aumento dos investimentos conscientes, as despesas com mão de obra acabam sendo diluídas em função do aumento da produtividade”, ressalta o estudo.

Em 76,5% das propriedades que praticam a ordenha manual, o boletim aponta que, em 56,7% delas, a produtividade de mão de obra é inferior a 200 litros diários de leite, o mínimo recomendado. Na ordenha mecânica, o padrão adequado de produtividade é 400 litros de leite/dia por trabalhador. No entanto, 69,2% das fazendas que adotam esta técnica estão abaixo desse valor.

Clique aqui e confira o relatório na íntegra 

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CNA

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