Números relativos ao abate de frangos: coerência entre os dados do IBGE e da APINCO

Publicado em 25/09/2020 08:42

No abate brasileiro de frangos, comparar o número de cabeças abatidas divulgado trimestralmente pelo IBGE com aqueles propostos a partir do levantamento mensal da APINCO sempre leva a resultados inconsistentes. Porque, por exemplo (e levando em conta apenas os dados dos últimos 12 meses), o volume do IBGE pode corresponder desde 89,6% até 99,6% do total extraído dos números da APINCO – uma diferença de 10 pontos percentuais que não pode ser ignorada.

No entanto, os dois números são coerentes entre si. E as diferenças observadas inteiramente justificáveis.

Os abates que têm como fonte a APINCO são projetados pelo AviSite a partir do alojamento de pintos de corte, dado informado pela entidade dos produtores do setor. A projeção tem como parâmetros dois indicadores fixos: viabilidade média de 96% dos pintos alojados; e abate aos 42 dias de idade.

Já os números do IBGE correspondem aos abates de fato. Portanto, abrangem diferentes níveis de mortalidade e, sobretudo, diferentes idades de abate. E aqui, aparentemente, é que começam a surgir as maiores diferenças.

Elas, entretanto, praticamente desaparecem ao comparar-se os dois dados sob o prisma da média trimestral móvel. Pois, então, os abates do IBGE correspondem, na média, a 94% dos abates da APINCO, com variações máximas de 2,2 e 1,4 pontos percentuais abaixo e acima dessa média.

A esta altura cabe perguntar por que o percentual do IBGE não chega a 100%. Porque, em essência, seus números contemplam apenas os abates inspecionados (em nível federal, estadual ou municipal). E ainda há muito frango abatido sem inspeção no País (neste caso, o volume suposto corresponde a 6% da produção nacional).

Na prática, porém, esse índice pode ser ainda maior. É que nos abates do IBGE estão inclusos não apenas os frangos provenientes diretamente da produção de pintos de corte, mas também reprodutoras (machos e fêmeas) e poedeiras descartadas.

E como todos, indistintamente, se transformam em carne de frango após o abate, parece estar claro, também, que a produção brasileira é ainda maior que aquela sugerida a partir dos levantamentos da APINCO, restritos apenas aos pintos de corte.

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Fonte:
AviSite

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