Avicultura de postura está mais suscetível à gripe aviária, aponta especialista

Publicado em 18/06/2023 16:42 e atualizado em 19/06/2023 08:21
Concentração de aves por metro quadrado e manejo estão ligados a esta vulnerabilidade

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“Especificamente, a avicultura de postura no Brasil está um pouco mais vulnerável a esta questão (influenza aviária)”, explica Doutor Eduardo de Azevedo Pedrosa Cunha, Diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

A gripe aviária de alta patogenicidade que atingiu o Brasil ainda no dia  de maio deste ano foi um dos temas apresentados na 4 ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos).

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Doutor Eduardo de Azevedo Pedrosa Cunha, Diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA

Ele explica que a influenza aviária de alta patogenicidade tem uma característica de alta difusão, e neste caso, uma densidade maior de aves no galpão favorece a difusão e dificultada contenção desse tipo de doença.

“Especificamente, a avicultura de postura no Brasil está um pouco mais vulnerável a esta questão. Entendemos que ela tem um risco aumentado quando se comparado a outro tipo de produção, como, por exemplo, aves de reprodução, onde ficam a grande genética brasileira, e aves de corte, por um motivo: a questão do manejo e da biosseguridade”, afirmou.

Cunha destaca que são aves que, de uma forma geral, estão em uma densidade maior por metro quadrado, se falando de um sistema tradicional de produção, incluindo os cage free e free range. “Então estamos falando de uma suscetibilidade maior por causa de uma população maior aglomerada em um espaço menor”.

Além disso, segundo o especialista, por se tratar de aves de vida longa, elas não têm a característica das aves de corte que são todas as aves dentro ou todas as aves fora (all in all out). 

Outro ponto trazido por Cunha é que o tempo de vida destas aves é prolongado, já que elas ficam mais tempo na cadeia produtiva, ficam mais tempo no galpão. “A gente tem vários galpões onde há aves com múltiplas idades, o que dificulta ter aquele momento de vazio sanitário, no qual você consegue efetivamente eliminar vários patógenos que estão ali dentro”, explicou.
 
Mais do que isso, há uma vulnerabilidade maior de acesso a aves silvestres e aves domésticas em sistemas produtivos de ovos, conforme o especialista. 

“Isso é algo que está mapeado há muito tempo, nós já sabemos há anos, quando publicamos a Instrução Normativa 56, que traz estes critérios de biosseguridade, o setor sabe disso, e obviamente é uma vulnerabilidade de forma que toda doença, a depender do seu sistema de produção e do manejo sanitário, a gente vai observar que existe maior ou menor suscetibilidade”, finalizou.
 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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