ABIPECS se queixa de barreira ilegal à carne suína
O Brasil é o primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango e o quarto de carne suína. Mas não está conseguindo entrar no mercado mexicano porque a autoridade sanitária daquele país tem se recusado a realizar análise técnica dos produtos. “O México se utiliza de barreira sanitária ilegal, impedindo a participação do Brasil no seu mercado”, queixa-se o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína – ABIPECS, Pedro de Camargo Neto.
Na avaliação de Camargo Neto, a visita ao Brasil do presidente do México, Felipe Calderón, a partir deste sábado (15 de agosto), “é uma oportunidade única para o presidente Lula manifestar insatisfação com a maneira com que os produtos agrícolas brasileiros têm sido tratados. O México é um dos maiores importadores mundiais de produtos agrícolas, e o Brasil, embora esteja entre os maiores exportadores, tem participação irrisória naquele importante mercado”.
Barreira Ilegal - O México está entre os quatro maiores importadores de carne suína do mundo. Importa cerca de 50% do seu consumo, ao redor de 400 mil toneladas, pois a produção local é insuficiente para atender a demanda doméstica. Porém, reserva seu mercado para os produtores dos Estados Unidos, impedindo que o Brasil participe da concorrência. “Não se trata de medida do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). Dessa não poderíamos reclamar. Não tem, porém, absolutamente sentido não ser executada a análise técnica referente à sanidade do produto do Brasil. Trata-se, nesse caso, de barreira ilegal”, afirma Pedro de Camargo Neto.
Mediação da OMC - As irregularidades praticadas pela agência sanitária do México foram tantas, que o Brasil solicitou a mediação do presidente do Comitê de Assuntos Sanitários da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Esse pedido de mediação é o primeiro passo para eventual contencioso na OMC. Infelizmente, até o momento, somente foi possível realizar uma reunião de pouco resultado prático. Estamos, praticamente, no mesmo ponto em que estávamos em agosto de 2007, por ocasião da visita do ministro da Agricultura, Reinhod Stephanes, e do presidente Lula à Cidade do México, quando o tema foi tratado sem sucesso”, explica Camargo Neto.
Produtores revoltados - Segundo o presidente da ABIPECS, “os produtores do Brasil se sentem revoltados com a maneira como têm sido tratados. O argumento de proteção ao produtor mexicano não pode ser aqui utilizado, pois o México é grande importador de produtos de outros países e, no caso da carne suína, importador dos EUA. Queremos que o assunto seja tratado dentro das regras da OMC e que possamos concorrer com nossos concorrentes”.
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