Exportações brasileiras de frango para União Europeia cai 15% no primeiro trismetre
Os dados foram divulgados ontem pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Entre janeiro e abril, as exportações brasileiras somaram 1,16 milhão de toneladas, o que representou uma redução de 1,43% em relação ao mesmo período de 2009. Mas a receita das vendas subiu 18%, passando de US$ 1,69 bilhão para US$ 1,99 bilhão.
Para proteger produtores locais, os europeus criaram medidas unilaterais e querem adotar um novo sistema de cotas. Avicultores e exportadores brasileiros estudam até a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além de ser o segundo maior comprador individual do frango brasileiro (veja gráfico), o mercado europeu é uma espécie de selo de qualidade, que abre portas em outros mercados, como ocorreu com o chinês, por exemplo. Segundo o presidente-executivo da Unabef, Francisco Turra, o país asiático aprovou rapidamente os frigoríficos já habilitados para exportar à União Europeia.
Caso sejam criadas barreiras pela União Europeia, os brasileiros teriam como opção a Rússia, que impôs restrições ao frango dos EUA. Por enquanto, o avanço tem ocorrido na África do Sul e em países asiáticos, onde as vendas contribuíram para compensar a queda dos embarques para o bloco econômico.
São novos mercados que o Brasil passou a explorar em 2008, por conta da crise. A receita para estes países foi incrementada pelo embarque de cortes com maior valor agregado.
– Crescemos 60% em receita, de modo geral. A Copa do Mundo na África do Sul está fazendo circular mais alimentos por lá. Não fosse a Ásia e a África, teria sido um período para amargar números negativos – afirma o presidente-executivo da Ubabef, Francisco Turra.
A China foi o mercado que mais cresceu em volume, com total de 29,9 mil toneladas. O mercado local foi aberto em maio de 2009. O Japão ficou em segundo, com 22,7 mil toneladas (23,5%), e a África do Sul em terceiro, com 14,2 mil (27%).
O presidente da Ubabef pretende consolidar esses e outros mercados africanos e asiáticos para confirmar a previsão de crescimento entre 3% a 5% no volume e 10% na receita, para voltar aos padrões pré-crise, de 2008.