Leite mantém patamar de estabilidade
A estabilidade do mercado deve-se, principalmente, à estiagem observada em grande parte das regiões produtoras em setembro, que limitou o desenvolvimento das pastagens e, com isso, a produção de leite. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) teve aumento de 1,32% frente ao mês anterior e de 4,3% em relação a setembro/09. No acumulado do ano, o índice registra elevação de 5,4% se comparado a janeiro-setembro de 2009.
Em Minas Gerais, o ICAP teve alta de quase 1% entre agosto e setembro, enquanto que, em Goiás, houve recuo de 3,9%. No Paraná e em Santa Catarina, a seca também limitou a produção leiteira em setembro. Já no Rio Grande do Sul, a captação seguiu elevada no período. Entretanto, para outubro, já se observa um declínio da produção gaúcha, devido à menor oferta de pastagens de inverno, conforme relatam colaboradores do Cepea.
Em outubro, o volume de chuva até aumentou em parte do Sudeste e Centro-Oeste. Segundo agentes colaboradores do Cepea, no entanto, apesar da recuperação na produção de leite, as precipitações ainda não foram suficientes para alavancar a oferta - além disso, as pastagens demoram cerca de 20 a 30 dias para crescer após um período de chuvas, dependendo da temperatura.
Entre as regiões consideradas para a média nacional, os maiores aumentos nos preços pagos ao produtor em outubro foram observados em Santa Catarina (alta de 4,1% frente a setembro, ou de 2,7 centavos por litro) e no Paraná (alta de 3,5%, ou de 2,4 centavos por litro), com as médias passando para R$ 0,6869/litro e R$ 0,7065/litro, respectivamente - valores brutos. No Rio Grande do Sul, os preços ficaram estáveis, a R$ 0,6060/litro.
Segundo Silvia Digiovani, assessora da Comissão de Bovinocultura de Leite da Faep, os números do Paraná interrompem um período de queda. Desde agosto o mercado apresenta recuperação, quando fechou em R$ 0,6695, o litro. Em setembro registrou R$ 0,7156. Para outubro (os dados da Faep só saem no meio de novembro), a projeção é de R$ 0,7221, o litro. ""A recuperação se deve à queda de produção no mercado do centro do País, o qual compete com o Paraná, além de problemas climáticos que atrapalharam a produção no Sul"", destaca Silvia.