Alta no preço do suíno e queda no custo de produção estimulam criador em MG
Da granja do suinocultor Fausto da Silveira, em Coromandel, no alto Paranaíba, saem para o abate cerca de três mil animais por mês. Em abril, ele está recebendo R$ 2,85 pelo quilo do suíno vivo. É praticamente o mesmo valor que recebeu no mês passado. O custo de produção diminuiu R$ 0,10 em relação a março e passou de R$ 2,40 para R$ 2,30.
“O nosso custo hoje está baixando em torno de 3% a 4% com relação ao mês passado e o preço do suíno está em recuperação. Hoje, estamos tendo uma rentabilidade em torno de R$ 0,40 a 0,50 por quilo, que dá para sorrir um pouquinho, dá pra sentir ai que a coisa vai melhorar”, avalia Silveira.
Além da queda no custo de produção e do lucro da atividade, a satisfação dos criadores de suínos em Minas Gerais é com o aumento do consumo da carne de porco no Brasil e a expectativa de ampliação dos negócios no mercado internacional.
A cooperativa dos suinocultores de Patos de Minas está ampliando para quase três vezes a capacidade de abate do frigorífico. O abate diário de suínos passará de 800 para dois mil por dia.
“A gente acreditava na demanda mundial por proteína. Mas a partir da hora que aumentam as exportações, cresce também as oportunidades no mercado interno”, explica Cláudio Nasser, Presidente da Cooperativa de Suinocultores.
A abertura da China para a carne suína brasileira é fruto de uma negociação de cinco anos. “Foi uma decisão do governo importante para o desenvolvimento da atividade suína. Diversifica mercado e vamos participar do maior mercado do mundo. A China produz 50% do que é produzido no mundo e consome mais de 50% do que é produzido no mundo. A participação do Brasil nesse mercado vai contribuir, sobretudo, para melhorar as receitas do setor em torno de US$ 500 milhões, com um volume de 200 mil toneladas. O mercado mundial gira em torno de seis milhões de toneladas”, explica Jurandir Machado, diretor da ABIPECS, Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.
Por enquanto três frigoríficos brasileiros foram autorizados a exportar para a China. Espera-se que os primeiros embarques ocorram no segundo semestre.