Desempenho do frango vivo em abril de 2011
Há quem diga, porém, que tudo se deve à Quaresma tardia e, principalmente, à inusitada concentração de feriados na Semana Santa, ocorrência que deixou o setor sem abates por quatro dias consecutivos e ocasionou a formação, no campo, de elevados estoques de aves vivas. Será?
O fato é que, já no início da Quaresma, o mercado começou a perder o ímpeto até então observado, situação que (meados de março) chegou a ser atribuída a uma redução das exportações. Mas, ao contrário, as exportações do mês aumentaram e, mesmo assim, o mercado continuou sobreofertado.
Não há dúvida de que o “macro-feriadão” da Páscoa agravou a situação. Afinal, apenas dois dias sem abates (por exemplo) represam no campo o equivalente a 8%-10% do abate mensal. E isso, em uma produção já superior a 500 milhões de pintos de corte, pode equivaler a um volume adicional de até 50 milhões de cabeças. Mas, tudo indica, o feriado alongado foi apenas a gota derradeira de um processo que começou bem antes.
Analisado o comportamento do frango no primeiro trimestre de 2011 constata-se que o melhor momento ocorreu entre o final de fevereiro e a primeira quinzena de março. Já, opostamente, o pior momento passou a ser registrado 7-9 semanas depois. Alguma correlação entre os dois períodos? Pode ser pura coincidência, mas esse é o exato espaço de tempo que separa o alojamento de dois lotes de frangos. Ou seja: tudo indica que, estimulado pelos bons resultados de fevereiro/março, o setor – equivocadamente – aumentou o plantel em criação. Ocasionou, com isso, desbalanceamento entre oferta e procura, situação que acabou agravada pelo consumo mais restrito do período de Quaresma e se transformou em verdadeiro desastre com o feriadão da Páscoa.
Se não é verdadeiro, é bem provável...