Custo de produção do leite está 10% mais caro

Publicado em 06/07/2011 08:49
O custo de produção do leite está 10% mais caro. Mas a menor oferta do produto nas regiões Sudeste e Centro-Oeste impulsionam o aumento nos preços. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a tendência do preço é de alta. Mesmo assim, os produtores reclamam que isso não é suficiente para cobrir os gastos com a produção leiteira.

O produtor de leite Divaldo João Camargo trabalha com leite há 40 anos. Ele possui um sítio em Morungaba, a 105 quilômetros de São Paulo, onde 45 vacas produzem, em média, cinco mil litros por mês. O produtor recebe R$ 0,87 por litro de leite. Em julho do ano passado, recebia R$ 0,75. Mesmo com a alta, o pequeno produtor diz que o preço de atualmente ainda não é ideal.

– Precisa melhorar um pouco mais pra gente. Nossa expectativa é que seja de R$1 para cima. Porém, não sabemos se tem como melhorar ou não – comenta.

Além dos preços, o produtor reclama também dos custos com a produção. O aumento se deve à valorização do concentrado, geralmente feito com milho. E isso pode até limitar os investimentos nos próximos meses.

– Se for indo assim, tem que parar. Não tem como tocar, porque o investimento é muito caro – afirma Camargo.

Segundo o Cepea, o produtor de leite tem recebido mais. No Estado de São Paulo, o preço em junho aumentou 3,6% em relação a maio. O produtor paulista recebe R$ 0,89 pelo litro. O valor está acima da média paga no Brasil, que hoje chega a R$ 0,86. Um dos fatores é a queda na captação de leite nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. No acumulado de 2011, a captação caiu 1,03%. Só em São Paulo recuou 5,3%, a maior redução do país. O analista de mercado Maurício Nogueira afirma que o cenário é realista. Para ele, o preço está dentro do esperado.

– A média de preço para corrigir a alta de custo teria que ser R$ 0,15 acima de 2010. Isso era pouco provável que acontecesse e está dentro da média. O que acontece é que o preço está mais alto, mas não suficiente para cobrir o custo – explica.

O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, confirma que o valor pago ainda não remunera. Segundo ele, o setor passa por um período diferente de outros anos.

– Não é comum a gente receber menos em um período em que estamos em plena seca. Deveríamos receber um pouquinho a mais. Outro fator também que é preponderante é que aumentou o consumo de leite no Brasil. Antigamente nós tínhamos algo em torno de 140 litros. Atualmente são 161 litros per capita. Então, todo leite que nós produzimos é consumido, e ainda precisamos importar alguma coisa – informa.

Nogueira prevê que, para o segundo semestre, os preços devem se manter estáveis.

– A gente deve ter um pagamento estável, até com um pouco de alta. Provavelmente o produtor, que tem alguma dificuldade de colocar preço no mercado, pode ter o pagamento menor, pode ter queda no preço. Mas na média, no cenário geral, acreditamos ainda em estabilidade e alta no próximo mês – afirma.

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Fonte:
Canal Rural

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