Em 2011, cai participação da exportação na produção total de carne de frango
Naturalmente, quanto menor a participação das exportações na produção total, menor a influência das variações externas sobre o mercado interno. Mas isso passa, antes de tudo, pela readequação da produção total. Não é o que vem ocorrendo no setor há bom tempo.
Por exemplo, o índice atual (30,2%) não é muito diferente daquele registrado no primeiro semestre de 2005 (30,6%). A única grande diferença é que, lá, a oferta interna girava em torno dos 35-36 kg per capita e, agora, anda por volta dos 45-46 quilos. E – ninguém ignora – é impossível passar impune por uma expansão de oferta desse naipe em tão curto espaço de tempo. Ou seja: a avicultura hoje paga caro por isso. Mas o que foi que aconteceu?
Simples: a produção passou a crescer numa velocidade superior à das exportações, que absorvem menos de um terço do total produzido. Exemplificando, do primeiro semestre de 2005 para o mesmo período de 2009 as exportações aumentaram perto de 34%. Mas como a produção aumentou só 17%, o incremento na disponibilidade interna foi ainda menor, não chegou a 10%. Já entre 2005 e 2011, para um aumento de 42% no volume exportado registrou-se expansão de 44% na produção. Resultado: o índice de incremento da disponibilidade interna total no espaço de 13 semestres superou os 45%.
Para 2011 o setor exportador vem prevendo expansão de, no máximo, 5%. Como o incremento médio dos seis primeiros meses do ano esteve próximo dos 7%, fica claro que a expansão deste semestre deverá ser inferior a 5%. Com isso, a produção não poderá repetir os 6,68% do semestre passado, pois, com isso, a disponibilidade interna irá aumentar acima de 7%.
Convenhamos: para quem deseja e precisa obter preços mais compatíveis com os custos, esse não é o nível de expansão mais adequado para a produção.