Governo cogita usar estoques de arroz para baixar preço do produto

Publicado em 09/05/2013 15:21
O governo federal estuda a possibilidade de vender parte do estoque de arroz, caso o preço da saca chegue a R$ 34. Atualmente, a saca do produto custa cerca de R$ 31. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, há atualmente cerca de 1 milhão de toneladas do produto nos estoques do governo.

“Estamos atentos ao preço do arroz. Se continuar assim, vamos jogar parte do estoque no mercado. Há possibilidades de usarmos esse estoque quando o preço da saca ultrapassar a marca dos R$ 32. Certamente faremos isso, caso atinja os R$ 34”, disse o secretário durante a apresentação do 8º levantamento da safra, divulgado hoje (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o levantamento, os agricultores brasileiros deverão colher, na safra 2012/2013, que se encerra no meio do ano, 184,15 milhões de toneladas de grãos. O volume é 10,8% maior do que o da safra anterior, quando foram colhidas 166,17 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, entidade ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse incremento de 17,98 milhões de toneladas, na comparação com o período 2011/2012, se deve principalmente à ampliação das áreas cultivadas com milho (em 10,7%) e soja (15,6%), principais grãos cultivados no Brasil.

A produção de soja deverá atingir 81,51 milhões de toneladas, o que representa alta de 22,8% em relação à safra anterior. Já a safra de milho deve atingir a marca de 77,99 milhões de toneladas, número 6,9% maior do que o registrado na safra anterior. A produção de arroz é estimada em 11,94 milhões de toneladas: crescimento de 3%, seguindo a mesma base de comparação.

“Esperamos um resultado ainda melhor para o milho, segunda safra de Mato Grosso”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto. “Estimada atualmente em 16,8 milhões de toneladas, a produção no estado pode chegar a algo entre 18 e 20 milhões de toneladas”, acrescentou.

Porto informou que governo e produtores estão atentos à situação da safra de milho norte-americana, a fim de obter um panorama mais embasado sobre o mercado, que poderá influenciar os preços dentro e fora do Brasil. “Os Estados Unidos tiveram um atraso significativo [no período de plantação do milho]. Vamos ver quanto eles deverão plantar até o fechamento da janela. Certamente devem colher 300 milhões de toneladas”, disse Porto. A expectativa antes do atraso no plantio era que os norte-americanos colhessem 370 milhões de toneladas na safra.

A área plantada na atual safra brasileira cresceu 4,1% em relação à anterior, passando de 50,89 milhões de hectares para 53,98 milhões de hectares. Segundo a Conab, as boas condições climáticas contribuíram para os bons resultados da produção brasileira, “apesar de algumas regiões terem apresentado excesso de chuvas e outras estiagem”.

A pesquisa da Conab foi realizada entre os dias 22 e 26 de abril, com informações de cooperativas, secretarias de agricultura e órgãos de assistência técnica e extensão rural públicos e privados, além de produtores rurais.

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Fonte:
Agência Brasil

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1 comentário

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Estas medidas são paliativas, enquanto não fizer uma política estruturada tendo como finalidade fixar o homem no campo nada adiantará. As fazendas estão aí, desabitadas a espera de uma política inteligente para recolocar o trabalhador rural no seu habitat...Reativar as escolas rurais com incentivo para o proprietário que deixará o leva e trás de trabalhadores nas cidades.Ora se ele vai buscar , nada mais lógico que recolocar o trabalhador no lugar onde tem o seu ganha pão. Quanta economia no programa "Minha casa, minha vida"...As casas já estão nas fazendas, sem onus nenhum,nada de conta de água nem conta de luz e IPTU...Os preços disparam porque os trabalhadores rurais, meieiros de arroz e de feijão foram morar nas cidades e nos morros...

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