Preços médios em alta indicam novo leilão de arroz e entressafra de valorização

Publicado em 31/01/2014 06:57 e atualizado em 31/01/2014 07:32

Tudo indica que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) deverá anunciar mais um leilão de oferta de arroz nesta segunda-feira: além dos preços acima dos R$ 33,28 de média alcançado pela saca do cereal em casca na semana que passou, que bateu em R$ 34,00, o indicador de preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&FBovespa registrou nesta sexta-feira (24/1) a cotação de referência de R$ 36,90, o equivalente a US$ 15,39, acumulando uma alta de 1,23% em janeiro.

Isso indica que a oferta de grãos da Conab já não afeta o mercado como antes, compensada pelo volume de exportações que o Brasil vem alcançando nos últimos meses. A venda ao mercado externo, aliás, vem sendo a grande válvula de escape para a oferta pública do grão e para o mercado interno. Sem contar que estamos vivenciando o chamado “pico de entressafra”, às vésperas do início da nova colheita, que deve ganhar volume no final de fevereiro.

O analista de mercado Tiago Sarmento Barata, diretor da Agrotendências Consultoria em Agronegócios, considera a oferta do governo federal importante para o abastecimento do mercado, mas incapaz de gerar pressão baixista. “Com as exportações em alta, especialmente por conta do câmbio, e o menor ímpeto de importar, até mesmo pela redução da carga tributária no Rio Grande do Sul, os estoques públicos neste ano perderam a capacidade de impactar o mercado com uma redução significativa dos preços”, avalia. “E se não fosse a oferta pública, os preços internos ultrapassariam o valor de viabilidade para a exportação”, acrescenta.

Barata destaca que com as 66,4 mil toneladas negociadas no leilão da última quarta-feira (22/1), a Conab totaliza a oferta de 425,4 mil/t desde agosto. Agentes de mercado consideram que a Conab deve ter entre 550 mil e 600 mil toneladas de estoques, volume cuja viabilidade poderia ser menor por causa da quebra técnica e outros tipos de perdas. É o menor estoque público da década, segundo os especialistas. Já foram ofertadas cerca de 510 mil toneladas, o que leva alguns corretores a acreditarem numa oferta de lotes que não tiveram saídas ou nem chegaram a ser ofertados nos últimos leilões, entre 80 e 90 mil toneladas, o que até o final da tarde desta segunda-feira não passará de especulação. Arroz para ofertar, a Conab dispõe. 

A preocupação do MAPA e do mercado é quanto à data em que será disponibilizada esta oferta. Pelo tempo que está levando o processo de liberação de nota fiscal e do produto, espera-se que um novo leilão, cujo edital deve sair esta semana para o pregão ser realizado na próxima, só reverteria em produto na indústria no final de fevereiro, em plena efervescência da colheita. O lado positivo é que este arroz, das safras passadas, estaria em plenas condições de beneficiar, o que não é o caso de boa parte do arroz da safra nova que está entrando nos armazéns e precisam de cuidados com a secagem, entre outros processos.

A expectativa é de que somando a oferta interna equilibrada, as exportações, as importações ainda limitadas – até pelo câmbio – a dimensão da safra nova e o volume de soja e milho plantados pelos arrozeiros, os preços médios se mantenham aquecidos até o final de fevereiro, início de março. Em geral, os analistas esperam que no pico da safra, entre março e abril, os preços apresentem uma queda, mas que não deve ficar muito abaixo de R$ 30,00. Projetam preços médios muito similares aos do ano comercial 2013/14, especialmente se as exportações continuarem no volume médio dos últimos cinco meses.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), indica preços médios firmes no Rio Grande do Sul para o arroz em casca, em R$ 36,40 por saca de 50kg (58x10) na semana que passou. O produto ensacado em 60kg, beneficiado (branco) foi cotado a R$ 76,00, com alta de 2,7%. Já os quebrados de arroz sofreram baixa. No caso do canjicão (60kg/FOB), de 5%, para R$ 38,00. A quirera manteve-se estável (60kg/FOB) em R$ 37,00 e a tonelada de farelo de arroz (FOB – Arroio do Meio/RS), caiu para R$ 380,00, com desvalorização de 2,56%.

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Planeta Arroz

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