IBGE prevê safra de grãos 9,2% menor em 2018

Publicado em 12/12/2017 09:00

O segundo prognóstico para a safra 2018 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi estimada em 219,5 milhões de toneladas, 9,2% abaixo da safra de 2017. Esta redução deve-se às menores produções previstas para o milho (15,9 milhões de toneladas) e para a soja (6,8 milhões de toneladas). Já a 11ª estimativa para a safra de 2017 totalizou 241,9 milhões de toneladas, com aumento de 56,1 milhões de toneladas (30,2%) em relação a 2016 (185,8 milhões de toneladas). A área a ser colhida (61,2 milhões de hectares) foi 7,2% maior que a de 2016. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, e, somados, representam 93,9% da estimativa da produção e respondem por 87,8% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve aumento de 2,2% na área da soja, de 19,2% na área do milho e de 4,6% na área de arroz. Quanto à produção, ocorreram aumentos de 17,4% para o arroz, 19,4% para a soja e 55,2% para o milho.

Estimativa de NOVEMBRO para 2017 241,9 milhões de toneladas
Variação novembro 2017/ outubro 2017 0,1% (280,7 mil toneladas)
Variação safra 2017/ safra 2016 30,2% (56,1 milhões toneladas)
Estimativa de NOVEMBRO para 2018 219,5 milhões de toneladas
Variação safra 2018/ safra 2017 -9,2% (-22,4 milhões toneladas)

Regionalmente, a estimativa de novembro para a safra de 2017 aponta produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com a seguinte distribuição, em toneladas: Centro-Oeste (106,0 milhões); Sul (85,2 milhões); Sudeste (24,0 milhões); Nordeste (17,9 milhões) e Norte (8,8 milhões). Em relação à safra passada, foram constatados aumentos em todas as regiões: Sudeste (16,4%), Norte (25,1%), Nordeste (86,2%), Centro-Oeste (41,0%) e Sul (16,1%). Nessa avaliação para 2017, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 26,2%, seguido pelo Paraná (17,2%) e Rio Grande do Sul (15,1%), que, somados, representaram 58,5% do total nacional previsto. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.

Para 2018, segundo prognóstico estima safra 9,2% menor que a de 2017

Neste segundo prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2018 foi estimada em 219,5 milhões de toneladas, 9,2% inferior ao total obtido na safra de 2017. Esta redução deve-se às menores produções previstas para o milho (15,9 milhões de toneladas) e para a soja (6,8 milhões de toneladas). 

Entre os cinco principais produtos para a próxima safra, três devem apresentar quedas na produção: arroz em casca (-8,0%), milho em grão (-15,9%) e soja em grão (-5,9%). São esperadas altas na produção de algodão herbáceo (4,5%) e de feijão em grão (4,1%).

Neste prognóstico, as informações de campo representam 93,8% da produção nacional prevista, enquanto as projeções respondem por 6,2% do total estimado.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Com melhores expectativas quanto ao clima, o segundo prognóstico da produção do algodão é de 4,0 milhões de toneladas, aumento de 6,2% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram em 3,7% e o rendimento médio aumentou 2,4%. Ao todo, deve ser plantada uma área de 1.023,2 mil hectares. No Mato Grosso, maior produtor do país, a estimativa da produção alcança 2,7 milhões de toneladas, representando 66,3% do total a ser colhido em 2018 pelo país e crescimento de 4,5% em relação a 2017. A área plantada e a área a ser colhida cresceram 10,2%, enquanto o rendimento médio estimado teve retração de 5,2%. A Bahia, segundo maior produtor do País, deve participar com 22,8% do total a ser colhido em 2018. O estado deve colher uma safra de 914,8 mil toneladas, aumento de 31,8% em relação ao mês anterior. 

ARROZ (em casca) – O segundo prognóstico da produção de arroz para 2018 é de 11,5 milhões de toneladas (-0,1% em relação a outubro e -8,0% em relação a 2017). O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, deve participar com 70,9% do total a ser colhido em 2018, com produção estimada em 8,1 milhões de toneladas (-6,9% em relação a 2017). Santa Catarina, segundo produtor nacional, estima 1,1 milhão de toneladas e um rendimento médio esperado de 7305 kg/ha (-4,9% em relação à safra de 2017). O Tocantins estimou uma produção de 582,7 mil toneladas (-14,0% em relação a 2017). No Maranhão e no Mato Grosso as produções estimadas estão caindo 5,9% e 21,7%, respectivamente.

FEIJÃO (em grão) – A segunda estimativa da produção de feijão para a safra 2018 é de 3,4 milhões de toneladas, aumento de 4,1% em relação à safra colhida em 2017. A 1ª safra deve produzir 1,7 milhão de toneladas; a 2ª safra uma produção de 1,3 milhão de toneladas e a 3ª safra, 520 mil toneladas. Em relação ao 1º prognóstico ocorreu um crescimento de 4,6% nas estimativas de produção do feijão 1ª safra, com aumentos de 2,2% na área a ser colhida e 2,4% no rendimento médio. Há expectativas de melhores produtividades na Paraíba (134,1%), na Bahia (18,6%), no Rio Grande do Norte (17,6%), em Rondônia (11,5%), em Minas Gerais (4,7%) e no Mato Grosso do Sul (12,1%). 

A área a ser plantada na safra de verão (1ª safra) é de 1,8 milhão de hectares, 2,0% menor que a de 2017. Já na área a ser colhida deve crescer 2,0%. Os maiores aumentos de produção, em termos percentuais, para essa safra, estão sendo informados por Ceará (62,2%), Rio Grande do Norte (78,2%), Paraíba (82,3%), Bahia (21,7%) e Minas Gerais (11,2%). Em termos de volume de produção, destacam-se o Ceará (84,6 mil toneladas), Bahia (30,6 mil toneladas), Paraná (11,5 mil toneladas) e Paraíba (12,3 mil toneladas).

MILHO (em grão) – O segundo prognóstico de milho em grão estima uma produção de 83,7 milhões de toneladas em 2018 (-15,9% em relação a 2017). Os prognósticos de campo neste mês representam a quase totalidade da estimativa da primeira safra (99,8%), enquanto a estimativa da segunda safra ainda é composta por projeções em 15,8%. A safra 2017 foi recorde, alcançando 99,6 milhões de toneladas, o que eleva a base de comparação para a produção no próximo ano. Seguindo a tendência dos últimos anos, a 2ª safra deve apresentar o maior volume colhido no país, com 69,2% da produção nacional em 2018, totalizando 57,9 milhões de toneladas (-15,5% no comparativo com 2017). 

Já a 1ª safra de milho deve alcançar 25,8 milhões de toneladas (-17,0% no comparativo com o período anterior). Quando comparada com o 1º prognóstico, a queda na estimativa de produção foi de 1,2%, devido principalmente aos estados da Bahia (-15,1%) e Minas Gerais (-9,9%). Mesmo com previsão de menor custo de produção, em relação à safra anterior, estima-se redução de área plantada de milho, em virtude dos baixos preços de comercialização do produto observados durante todo o ano de 2017, o que estimulou os produtores a substituir as áreas de milho 1ª safra por soja. A redução da área plantada na 1ª safra deve alcançar 7,3%, sendo estimada em 5,3 milhões de hectares.

Porém, o maior impacto no decréscimo do prognóstico fica por conta do rendimento médio, que deve apresentar queda de 12,2% em relação ao mesmo período de 2017, quando o resultado de produção foi considerado excepcional. O atraso do início do plantio da soja nos principais estados produtores, em razão dos baixos índices pluviométricos em agosto e setembro, também deve contribuir para o decréscimo nas áreas de milho 2ª safra.

SOJA (em grão) - A segunda estimativa de produção para 2018 totalizou 108,1 milhões de toneladas, redução de 5,9% em relação à safra de 2017. A área a ser plantada com a leguminosa é de 34,1 milhões de hectares, aumento de 0,5%. O rendimento médio estimado é de 3.170 kg/ha, retração de 6,6%, em decorrência das incertezas quanto ao clima durante o ciclo da cultura. Considerando o recorde histórico de produção de soja em 2017, a base de comparação é relativamente elevada. 

A tendência de preços mais vantajosos, em comparação ao milho, deve estimular o plantio da soja, que tem uma participação prevista em 49,3% da safra total de grãos do país. Mato Grosso, o maior produtor nacional, deve contribuir com 30,4 milhões de toneladas, 28,1% do total a ser produzido pelo País (-0,2% em relação a 2017, apesar de aumento de 1,0% na área a ser plantada). O Paraná, segundo maior produtor e responsável por 18,1% do total nacional, estima produzir 19,6 milhões de toneladas (-1,1%, apesar do crescimento de 5,5% na área a ser plantada). O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor da leguminosa, estimou uma produção de 14,7 milhões de toneladas (-21,7% em relação a 2017).

Em relação ao 1º prognóstico, divulgado no mês anterior, há um aumento de 0,4% na produção, refletindo, principalmente, os aumentos na Bahia (12,6%) e Mato Grosso do Sul (4,3%). Alguns estados ajustaram negativamente suas estimativas, como Rondônia (-8,9%) e Minas Gerais (-6,1%).

Destaques na estimativa de novembro de 2017 em relação a outubro

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de novembro em relação a outubro destacaram-se as variações nas estimativas de produção de: cevada (2,6%), arroz (1,1%), cebola (1,1%), batata-inglesa 2ª safra (0,9%), aveia (-0,5%), trigo (-0,7%) e feijão 2ª safra (-1,2%).

ARROZ (em casca) – A produção de arroz foi de 12,5 milhões de toneladas, 1,1% maior que a estimativa do mês anterior. A área plantada e o rendimento médio foram revistos em 0,7% e 0,4% respectivamente, em decorrência das informações do Tocantins. A produção desse estado cresceu 26,4% em relação ao mês anterior, devendo alcançar 677,6 mil toneladas, incremento de 141,5 mil toneladas. A área plantada e a área a ser colhida cresceram 13,3%, enquanto o rendimento médio cresceu 11,6%. A utilização de novas variedades de arroz para cultivo irrigado tem aumentado o rendimento médio das lavouras.

BATATA-INGLESA – Ao todo, o país deve produzir 4,2 milhões de toneladas em 2017, aumento de 0,3% em relação ao mês anterior. Houve pequeno reajuste na área colhida (0,2%) e no rendimento médio (0,1%). A estimativa da produção para a 1ª safra não variou em relação ao mês anterior, mantendo-se em 2,0 milhões de toneladas. A estimativa da produção da 2ª safra foi de 1,2 milhão de toneladas, aumento de 0,9% em relação ao mês anterior. Os dados foram influenciados pelo Distrito Federal, que nesse mês atualizou seus dados de produção, com nova estimativa de 10,8 mil toneladas. Para a 3ª safra foi estimada uma produção de 1,0 milhão de toneladas, aumento de 0,4% em relação a outubro.

CEBOLA – A produção nacional de cebola é de 1,7 milhão de toneladas, aumento de 1,1% em relação ao mês anterior. Houve acréscimo de 0,6% na estimativa da área colhida e aumento de 0,5% no rendimento médio, que deve alcançar 29.645 kg/ha. Os dados foram influenciados pelo Distrito Federal, onde a área plantada e a área colhida aumentaram 184,2%, enquanto o rendimento médio cresceu 28,2%. O incremento de área deve-se aos investimentos de grandes empresas que atuam na produção e comercialização de frutas e hortaliças, com lavouras irrigadas e de tecnologia intensiva, o que justifica o elevado rendimento médio de 50.000 kg/ha.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – As culturas de inverno encontram-se em plena colheita. O principal cereal de inverno produzido pelo país é o trigo. A estimativa de produção é de 5,1 milhões de toneladas (-0,7% em relação a outubro). O rendimento médio diminuiu nesse mesmo percentual, sendo estimado em 2.673 kg/ha. Paraná e Rio Grande do Sul são os maiores produtores de trigo, devendo participar com 84,0% da produção do país. Para a aveia, a produção estimada é de 873,2 mil toneladas (-0,5% em relação a outubro). Os dados foram influenciados pelo Paraná, que reduziu a produtividade das lavouras em 5,8%. Quanto à cevada, a produção deve alcançar 376,9 mil toneladas, aumento de 2,6% em relação ao mês anterior. O rendimento médio apresentou um crescimento de 3,4%, enquanto a área colhida, uma redução de 0,8%. A estimativa da produção do Paraná aumentou de 156,3 mil toneladas, em outubro, para 165,7 mil toneladas em novembro, aumento de 9,4 mil toneladas (6,0%). O rendimento médio cresceu 8,0%.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção é de 3,3 milhões de toneladas, queda de 0,7% em relação a outubro. Os dados que mais influenciaram nesse decréscimo da produção foram os do Ceará (-7,5% na estimativa da produção) e os de Pernambuco (-17,5%) em relação a outubro. O rendimento médio, nesses estados, foi revisto com quedas de 6,8% e 15,4%, respectivamente. Em novembro, ocorreram reduções em todas as safras de feijão, sendo de 0,4% na estimativa da produção do feijão 1ª safra, 1,2% no feijão 2ª safra e 0,9% no feijão 3ª safra. A produção informada pelo Ceará foi 7,4% menor para a primeira safra, enquanto em Pernambuco foi 26,8% menor para a segunda safra, em decorrência dos efeitos do clima, notadamente a falta de chuvas. Com relação à 3ª safra, o Distrito Federal informou retração de 45,9% na produção, atribuída aos problemas de racionamento de água, que impossibilitou o uso na irrigação das lavouras. 

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações municipais e/ou regionais consolidadas, em nível nacional pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas iniciado em março de 2007.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
IBGE

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário