China planeja vendas de trigo e arroz devido a alta no milho, dizem fontes

Publicado em 21/07/2020 09:06

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Por Hallie Gu e Dominique Patton

PEQUIM (Reuters) - A China planeja vender arroz e trigo das reservas estatais a produtores de ração animal que têm sofrido com os elevados preços do milho, que dispararam mais de 20% em algumas áreas neste ano, em meio a um aperto na oferta, disseram três fontes familiarizadas com o assunto.

O governo chinês poderia disponibilizar cerca de 10 milhões de toneladas de arroz na primeira tranche das vendas, segundo uma das fontes com conhecimento do plano.

"O governo está fazendo isso para lidar com os preços do milho", disse a fonte.

A ideia de vender estoques vem à medida que os preços do milho na China tocam máximas em cinco anos, com os estoques em queda após anos de esforços do governo para reduzir as antes massivas reservas do cereal.

Inundações e o clima frio em áreas produtoras também têm apoiado os preços.

Os preços físicos do milho em Harbin, principal província produtora do país, atingiram 2.110 iuanes (301,69 dólares) por tonelada na segunda-feira, alta de 23% neste ano e maior nível desde setembro de 2015.

Os preços levaram importadores chineses a comprar volumes recordes de milho dos EUA, o que também ajuda o governo chinês a cumprir a Fase 1 de seu acordo comercial com os Estados Unidos.

Pelo plano chinês, a primeira tranche das vendas de arroz seria negociada por cerca de 1.000 iuanes por tonelada, segundo uma das fontes, o que seria menos que a metade do atual preço de mercado.

O arroz seria vendido através de empresas estatais diretamente aos fabricantes de ração, ao contrário do arroz vendido das reservas em leilões regulares, para o mercado mais amplo.

"É totalmente viável usar (arroz para produzir ração). O único problema é que ele pode não durar tanto quanto o milho depois de ser descascado", disse uma fonte de um grande produtor de ração, também informada sobre o plano.

"Mas enquanto o custo for baixo, os produtores de ração estariam bem em usá-lo", disse a fonte.

Pode haver vendas adicionais de arroz e trigo, dependendo da situação do mercado de milho, disseram as fontes.

As fontes não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, principal tomadora de decisões por trás do plano, não respondeu a um fax pedindo comentários.

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Fonte:
Reuters

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