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Produção de grãos brasileira deverá chegar a 390 milhões de toneladas nos próximos dez anos

Publicado em 20/07/2023 10:52
O crescimento será de mais de 24%, principalmente nas lavouras de soja, milho segunda safra e algodão, aponta o estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária

A produção de grãos no Brasil deverá aumentar 24,1% nos próximos dez anos, chegando perto de 390 milhões de toneladas na safra 2032/2033, com acréscimo de 75,5 milhões de toneladas. Esse acréscimo corresponde a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Soja, milho de segunda safra e algodão devem continuar alavancando o crescimento da produção de grãos.

A área de grãos deve expandir-se dos atuais 77,5 milhões de hectares (Conab - maio/2023) para 92,3 milhões de hectares em 2032/33. 

Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

As projeções do Agronegócio mostram um enorme potencial de crescimento do setor, que deverá ocorrer, principalmente, com base na produtividade, entretanto, de acordo com a pesquisa, será necessário ampliar os investimentos em pesquisa. 

A expansão de área deverá ocorrer devido ao padrão de crescimento da agricultura brasileira. De acordo com o estudo, a produtividade e as tecnologias operam juntas no sentido de crescimento sustentável.]

A adição dos 14,7 milhões de hectares à área plantada de grãos poderá vir da conversão de áreas atualmente degradadas, particularmente, oriundas de pastagens extensivas, entre outras possibilidades, que evitem afetar a cobertura vegetal do país. De acordo com a análise da pesquisa, 78% da expansão da área plantada deverá ocorrer com o cultivo da soja. 

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A produção de soja em 2032/33 está projetada para 186,7 milhões de toneladas, acréscimo de 20,6% em relação à produção de 2022/23. A projeção de exportação de soja em grão está em 121,4 milhões de toneladas, com participação prevista de 60,6% nos embarques mundiais.

A área de milho segunda safra deve expandir-se sobre áreas liberadas pela soja, no sistema de plantio direto. Milho e soja deverão sofrer pressão devido ao uso crescente como culturas relevantes para produção de biocombustíveis - biodiesel e etanol de milho.

A produção total de milho está projetada para 160 milhões de toneladas para 2032/33, alta de 27% em relação à produção de 2022/23. As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo. O milho adquire importância crescente como matéria prima e como alimento.

Brasil e Estados Unidos deverão liderar juntos as exportações mundiais de milho, estimadas em 69 milhões de toneladas por país. Corresponde a uma participação nas exportações de 30% para cada um dos países.

As projeções do algodão em pluma indicam produção de 3,6 milhões de toneladas em dez anos, expansão de 26,8%, dominado principalmente pela produtividade. Mato Grosso e Bahia respondem atualmente por 90% da produção nacional. Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão.

O Brasil deverá responder por 12,5% da produção mundial de algodão em 2030. Estados Unidos, Brasil e Índia deverão ser os principais exportadores ao final destas projeções. O consumo de algodão no Brasil deve apresentar estabilidade nos próximos anos, situando-se em 732 mil toneladas anuais.

Dados da OCDE/FAO mostram que, a partir dos anos 1990, o consumo per capita de fibra de algodão foi ultrapassado pelas fibras sintéticas, devido aos preços mais acessíveis.

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Carnes

A produção de carnes (bovina, suína e frango deverá ter alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33, representando 22,4% de aumento. Saindo dos atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas de carnes.

As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial.

De acordo com o documento, deverá haver um esforço de crescimento em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento para o setor, haja vista a procura por proteína animal.

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Segundo o estudo, o mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2032/33, perto de 33% da produção de soja deve ser destinada ao mercado doméstico, o milho, 65%, e o café quase 43% da produção deve ser consumida internamente.

Como uma das conclusões do documento, o aumento da produção nacional deverá ser pressionada com o crescimento do mercado interno e das exportações brasileiras.

Cerca de 35,5% da produção de carne de frango será destinada ao mercado interno. A participação da carne suína será de 14,8% no mercado interno. Embora o Brasil seja um grande exportador para diversos produtos, o consumo interno será relevante.

O trabalho das Projeções tem por objetivo indicar direções do crescimento da agropecuária e fornecer informações aos formuladores de políticas públicas quanto às tendências de produtos do agronegócio.

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Fonte:
MAPA

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2 comentários

  • José Augusto Baldassari Franca - SP

    Se a infraestrutura como um todo, armazenagem, transporte, embarque não acompanhar o aumento de produção vamos ter problemas, aliás já estamos tendo. Atenção também ao Seguro Rural.

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    • Marcio Magarinos Outros Tio Hugo - RS

      Acho que este negócio do problema com o escoamento da safra foi mais desculpa pra derrubar o preço do soja.

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Safra passada de soja, o grande problema é que o inicio dos embarques nos portos choveu demais, dificultando o embarque de soja nos navios. Na próxima safra não acredito que teremos as mesmas dificuldades desta ultima safra. Com relação a armazenagem temos uma boa opção que é o silo bolsa, muito bem utilizado na safrinha e que podemos utilizar também na safra de soja. Na minha analise os grandes problemas que iremos enfrentar nas próximas duas safras de soja é a grande produção na América do Sul, região sul do Brasil e Argentina produzindo bem, teremos dezenas de milhões de toneladas a mais em relação a ultima safra, outra situação que se desenha mais pra frente é que quando a guerra entre Rússia e Ucrânia acabar, a Ucrânia voltará ao seu posto de grande produtor e exportador de produtos agrícolas. Nos próximos 2 anos acredito que teremos crise na agricultura e em época de crise o importante é sobreviver no mercado, até a passagem dela, depois da crise volta na época de bonança novamente.

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Fácil pra resolve esse probleminha....os produtores que nos últimos 2 anos colheram bem esse ano fiquem sem planta......

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    • Otavio Behling Cuiabá - MT

      Você ficaria ??? Somos milhões de produtores.

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    • Alvaro Andrade Biollo Maringa - PR

      Soja $ 34.00 dólar em Chicago, alguém aqui está ganhando montanhas de dinheiro e não é o produtor

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  • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

    E preços? Três safras atrás fomos salvos pelo dólar, dois anos atrás pela guerra Rússia x Ucrânia, agora pela seca EUA + ataque portos Ucrânia. Não fosse esses problemas o soja estaria sendo vendida no MT R$-70/80 e no Sul BR a R$-90/100 saca. Milho de R$-30,00 a R$-50,00 dependendo região. Na hora que normalizar os BOs mundo afora os preços serão os mencionados. Se a oferta continuar crescer, a tendência é sobrar grãos. Sobra de produto é sinônimo de preços baixos. E aí José, vai compensar a expansão?

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    • Nadir Sousa Gameleira de Goiás - GO

      Gilberto Rosseto, já viu como é em Goiás e Tocantins que são os que conheço, pastagens acabaram, só lavoura.Onde moro falta pouco para plantar nós telhados

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Simples.....basta desvincular preços da comodities de bolsa, afastando picaretas e palpiteiros, que se dizem analistas e voltarmos a boa lei da oferta e procura. E orgãos oficiais, reis da besteirol....demitam todos, economizamos salarios de tontos. Simples assim

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Deveria especula com papel somente quem tem o produto....o governo não que taxa tudo tinha que taxa essa especulação...

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    • anderson boff missal - PR

      Gilberto falou tudo, hora que for favorável para produção no mundo vai dois anos com preços abaixo dos custos

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    • Alcides Antonio Aranda Alvares Machado - SP

      Gilberto, vc está certo, agora podemos vender a soja a 80,00 reais sem problema, desde que faremos um custo baixo, o problema é as empresas de insumos e defensivos que não deixam o produtor ganhar mais que dois anos, ai eles tiram o que você ganhou no ano anterior. aqui é sempre assim, cada ano eles tem uma desculpa.

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