Leilões de contratos de opção de arroz da Conab não atraem interessados
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SÃO PAULO (Reuters) - Os leilões de lotes de contratos de opção de venda de arroz, realizados nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não atraíram produtores, e os três certames foram encerrados sem negociações.
Foram realizados três leilões destinados aos agricultores familiares, totalizando 4.754 contratos de 27 toneladas cada.
No leilão, o produtor adquire o direito de vender o arroz ao governo federal por um determinado preço. Ele costuma exercer o direito se a cotação de mercado estiver abaixo do preço de exercício.
"Parece que a turma não está acreditando que os preços vão derreter em 2025. Logo, vão mudar de ideia", afirmou Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria que leva seu nome.
Os preços do arroz fecharam o mês de novembro com queda de cerca de 14%, segundo dados do Cepea. E seguem em baixa em dezembro, cotados na véspera abaixo de 100 reais a saca de 50 kg no Rio Grande do Sul pela primeira vezes desde abril deste ano.
Os preços do arroz foram sustentados ao longo de 2024 pelas notícias sobre perdas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, além de questões de ofertas globais.
Para Cogo, os preços agora já estão caindo, com expectativa de uma safra brasileira maior em 2025, além do retorno da Índia ao mercado exportador.
Apesar da queda de preços, o valor atual do mercado ainda está acima do preço de exercício estipulado pela Conab nos leilões.
Na sexta-feira, a Conab projeta realizar leilões de outros lotes de contratos de opção de venda de arroz. Dessa vez, todos os produtores e cooperativas poderão participar.
A iniciativa do governo federal visa a formação de estoques públicos, política que foi retomada no ano passado por meio de Aquisições do Governo Federal (AGF) de milho, e neste ano, por meio das operações de AGF de trigo.
Com a formação dos estoques, o governo afirma que teria condições de agir em momentos de escassez de alimentos e alta de preços, vendendo o produto no mercado.
(Por Roberto Samora)
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