Trigo: panificadoras seguram preço, por enquanto
O assessor administrativo do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de Mato Grosso (Sindipan), Aparecido da Silva, explica que, por enquanto, os estabelecimentos do Estado não deverão repassar o reajuste para o consumidor. Segundo ele, ainda não há movimento para que as panificadores alterem o preço.
Mas o proprietário de uma indústria de panificação em Cuiabá, João Pressoldi, afirma que o preço do pãozinho deve aumentar nos próximos 30 ou 40 dias. Ele justifica que a suspensão das exportações de trigo produzido na Rússia, que diminuiu a oferta de produto no mercado brasileiro, já acresceu em 10% o preço da farinha de trigo. Conforme ele, há expectativa de uma nova alta que poderá chegar a 20%. Ele ressalta que o reajuste para o consumidor deve ficar em 15%. "Por enquanto temos estoque de farinha para atender a demanda atual. A ainda não repassamos o preço para os revendedores".
Já o gerente comercial do Moinho Mato Grosso, Cleber Almeida, afirma que a alta observada no mercado interno, um julho deste ano, quando a compra de trigo in natura chegou 38%. Ele ressalta que um acréscimo de 5% já foi repassado para as panificadores do Estado. "A saca de 50 quilos da farinha custava cerca de R$ 64, no momento está valendo R$ 67".
Mas avisa que até o final deste mês outros 20% serão acrescidos no preço da farinha de trigo. Ele contesta a afirmação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria, José Joffre, de que "se o preço do pãozinho ficar mais salgado, nada terá a ver com a seca que prejudicou as lavouras de trigo na Europa, mas sim o fato de que muitas panificadoras aproveitam o problema no mercado internacional para repassar custos com energia, embalagens e até com o salário dos padeiros". Almeida confirma que o reajuste será repassado integralmente para os estabelecimentos mato-grossenses. "Por enquanto, estamos trabalhando com estoque".
O proprietário de um padaria em Cuiabá, Adenir Barbosa da Silva, também garante que o preço atual do pão deve ser mantido por, no máximo, um mês. Conforme ele, o preço do pão está a R$ 7,99 o quilo, mas deve ser acrescido em 6%.